Guardiões da Devoção

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Livros Vaisnavas

 

 

AS TRÊS GRANDES ONDAS DE SRI CAITANYA MAHAPRABHU NO BRASIL

 

Relato Histórico do Inicio do Vaisnavismo no Brasil em 1973, com A.C. Bhktivendanta Swami Prabhupada, e os demais momentos importantes que se seguiram com a continuidade evolutiva do Estabelecimento de Grandes Acaryas Vaisnavas, sendo Srila Sridhara Maharaja a partir de 1.980 e atualmente Srila Narayana Maharaja.

 

 

 

 

 

 

 

O Encontro de Premadasa Babaji com Haridasa Babaji

Ao pôr-do-sol de um dia de primavera, Haridasa Babaji, o mais destacado devoto, terminou suas orações vespertinas, saiu de sua cabana e seguiu pela floresta ao longo do Yamuna. É difícil descrever os vários sentimentos de amor que se manifestavam nele em seu grande êxtase. Pelo caminho, Babaji teve uma visão que o fez lembrar de um dos passatempos do Senhor, e ele começou a rolar no co exclamando:

Ó Vrajendrama! Ó Gopijanavallaba

 

grimas incessantes de êxtase lavavam os nomes do Senhor que estavam escritos em sua face. Os membros do Babaji pareciam as flores de kadamba, e estavam maravilhosos com todos os pelos arrepiados. Suas mãos estavam entorpecidas e ele era incapaz se segurar sua japa mala. Começou a perder a consciência exterior e começou a dançar feito um louco. Todos os sintomas de êxtase como tremer, perspirar, voz embargada e esmaecimento da cor do corpo surgiram, assim que o Babaji entrou na realidade transcendental, além da natureza material. O Babaji exclamava e chorava:

Ó Krsna! Ó Prananatha

Enquanto Haridasa Babaji desfrutava da bem­ aventurança de Vaikuntha, o famoso Premadasa Babaji passava por Kesighata e ali chegou. Ao se encontrarem, os dois Vaisnavas sentiram despertar um êxtase de amizade. E, ao contemplarem a face maravilhosa um do outro, começaram a dançar. Depois de se cumprimentarem verbalmente, se abraçaram cheios de afeição e banharam-se em suas lágrimas. Depois de algum tempo trocaram amabilidades.

A Conversa Entre Haridasa Babaji e Premadasa Babaji

- Babaji! Meu coração se partiu por não ver você estes dias. Desta maneira, para me purificar, ia até o seu kunja para ver você. Nestes últimos dias estive visitando lugares como Yavat e Nanda-grama.

Haridasa Babaji respondeu:

- Babaji, é possível que uma pessoa menos afortunada tenha seu darsana? Pois, nos últimos cinco dias estive em Govardhana visitando Sri Pandita dasa Babaji. Voltei esta manhã. Por ver seus pés de lótus obtive o resultado de minha peregrinação.

Só por ouvir o nome de Sri Pandita dasa Babaji, a face de Premadasa Babaji, que estava decorada com tilaka, ficou inundada de amor. Quando Premadasa Babaji tomou a ordem renunciada, leu o Bhakti-rasamrta-sindhu e o Ujjvala-nilamanicom Pandita dasa Babaji. Ao se lembrar disso, seu grande êxtase indicava sua devoção pura por Sri Pandita dasa Babaji. Permanecendo em silêncio por algum tempo, Premadasa Babaji disse:

- Babaji, o que estava sendo discutido na iluminada assembléia de devotos de Pandita dasa Babaji? Tenho enorme desejo de ir a esta assembléia com você.

Tópicos a Respeito de Pandita dasa Babaji e discussões sobre karma, jiíana e hari-katha

Ao ouvir isso, Haridasa Babaji deu um abraço afetuoso em Premadasa Babaji e disse:

- Babaji, todas as atividades de Pandita Babaji são transcendentais. Ia só passar um dia e fui incapaz de abandonar sua associação por uma semana. Hoje, inú meras pessoas santas estão presentes em sua caverna. Acho que elas vão ficar até o próximo Kumbha-mela. Todos os dias discutem-se novos temas. Há perguntas e respostas sobre vários temas relativos a jiíana, karma e serviço devocional puro.

- Babaji, ouvimos dizer que os maha-bhagavatas ficam intoxicados ouvindo os doces temas sobre o Senhor Hari. Eles não apreciam discussões sobre karma ou jiíana. Por que nosso adorável Pandita dasa Babaji perde tempo com estes assuntos?

- Babaji, esta dúvida também surgiu em minha mente ateísta. Mas' quando ouvi estas discussões na santa associação de Pandita dasa Babaji, fiquei sabendo que todas as discussões de devotos sobre karma e jiíana também são hari-katha. Tais discussões não são como os tópicos discutidos por materialistas com suas mentes agitadas. Ou seja, por ouvir estas discussões na associação com devotos, a entidade viva se libera das amarras de karma e jiíana.

- Babaji Mahasaya, esta sua declaração conclusiva é como néctar. E por que não? Você é famoso nas três mwu;lalas (Vraja, Gauça e K~etra) como discípulo querido de Siddha Govardhana dasa Babaji de Sri Navadvfpa­ dhama. Se você for misericordioso, quem pode permanecer com dúvidas? Pela misericórdia de seus pés de lótus, Bhattacarya Mahasaya, foi liberado do poço escuro da lógica, aceitou o nome de Sri Govinda dasa K~etravasf e se abrigou no vaisnavismo, que destro i todo tipo de aflição. Então, o que é impossível ante a sua habilidade de remover vidas? Agora vamos cantar as glórias do Senhor Hari e vamos hoje mesmo ao vale de Giri-govardhana.

Haridasa e Premadasa Fazem um

Kirtana a Caminho de Govardhana.

Ao terminarem de falar, imediatamente começaram a cantar as glórias do Senhor Hari e dançaram em êxtase por todo o caminho até Govardhana.

Os dois Babajis cantavam ao caminhar e a beleza da área ao redor parecia como se Prakritadeve estivesse sorrindo alegremente ao ouvir suas canções. Era o final da primavera e um brisa fresca do sul vinha soprando suavemente. O sol - o rei duas vezes nascido e senhor dos lótus - parecia brilhar sobre os dois vaisnavas, mas na verdade despejava néctar sobre eles. Yamunadeve, a filha do sol, ficando enamorada ao ouvir a glorificação a Hari, mantinha-se produzindo um doce murmúrio. As folhas das frondosas árvores deodar estavam acenando maravilhosamente ao vento, ondulando como bandeiras na festa de sankftna do Senhor Hari. Os dois Babajis pulavam e dançavam pelo caminho. Estavam tão absortos no Kirtana que não perceberam que a doce noite se transformava em manhã.

Quando pararam de cantar e dançar, viram o sol glorificar o leste ao se erguer sobre Govardhana.

Depois de terminarem suas obrigações matinais a uma pequena distância de Govardhana, entraram na caverna de Pm:u;fita dasa Babaji antes do meio-dia.

Haridasa e Premadasa Babaji Entram na Caverna de Pandita Babaji em Govardhana,

Vão Até o Local da Assembléia

e Um Babaji de Birbum Realiza Kirtana

Decorados como vaisnavas, Haridasa e Premadasa chegam ao asrama de Pandita dasa Babaji. A gopi-candana brilhava em suas testas, e três voltas de contas de tulasi decoravam seus pescoços. Suas mãos direitas contavam continuamente os santos nomes na japa-mala em seus sacos de japa. A parte inferior de seus corpos estava coberta com kaupfna e uma veste exterior, suas cabeças eram embelezadas por sikhas e seus membros estavam marcados pelos santos nomes do Senhor. De seus lábios vinham dois nomes: "Hare Krsna, Hare Krsna" Eles passaram a noite sem dormir, caminharam umas dezesseis milhas, e no entanto não pareciam cansados ou exaustos. Estavam tão entusiasmados com o darsana dos vaisnavas que mal perceberam a multidão na entrada da caverna.

Apesar de Pandita dasa Babaji costumar fazer bhajana em sua caverna, para poder discutir com os outros saddhus ele havia construído algumas kutiras e uma mandapa, que foi coberta com folhas de arbustos madhavi. Os dois Babajis entraram na caverna e ofereceram reverências ante Pandita dasa Babaji. Vendo os dois Babajis, Pandita dasa Babaji se encheu de bem-aventurança. Depois de algum tempo, quando soube que os outros saddhus estavam reunidos em assembléia, seguiu com os dois Babajis e foi sentar na mandapa. Neste momento, um can tor de Birbum sentou fitando os vaisnavas e, pedindo sua permissão, começou a cantar versos do Gitavali, em Lalita raga:

nakarlJ-ayati suhrd upadeiam madhava caru pathanam api leiam sidati sakhi mama hrdayam-adMram yada bhajam iha nahi golkula-viram

nalokayam arpitam uru haram pralJ-amantam ca dayitam anuvaram hanta sanatana-gulJ-am abhiyantam kim adharayam aham urasina-kantam

"Bolas! Não ouvi os conselhos de Minhas amigas como Latita. E não liguei para os elogios de Madhava. Ó sakhi Por o ter servido ao herói de Gokula neste kunja, Meu coração está partido. Oh! Madhava Me ofereceu a melhor guirlanda e repetidas vezes Me ofereceu reverênci­ as, mas Eu nem dei bola para Ele. Ora! Por que não abracei Meu amado, que está decorado com qualidades transcendentais ?"

Só Servindo a Krsna é que Alguém Pode Ter Paz, e Não Pela Prática de Yoga que Começa com Yama e Niyama.

Todos estavam muito satisfeitos por ouvir O Kirtana, e abraçaram o cantor. Assim que o Kirtana tenninou muitos saddhus vieram chegando, sentaram e começaram a falar a respeito de vários tópicos. Nesta ocasião Haridasa dasa Babaji: disse:

- os devotos de Krsna são abençoados. Quem quer que sejam, estão no bom caminho. Nós somos servos de seus servos.

- o que Babaji falou está certo. No Srimad Bhagavatam (1.6.35) está declarado:

yamadibhir yoga-partai/:tkama-lobha-hato muhub mukunda-sevaya yadvat tathatmaddhana samyati

"Yama, niyama, asana, pranayama, pratyahara, dhyana, dharana e samadhi - são as astanga-yoga. É verdade que através destas práticas alguém pode alcançar a paz, mas às vezes durante o processo a pessoa pode se encher de luxúria e de ganância. Então, ao invés de alcançar a paz, ela deseja desfrutar de algumas das opulências yógicas por algum tempo e acaba caindo. Mas, no serviço devocional ao Senhor Krsna, não há por que temer estes frutos irrelevantes, e por isso os servos de Krsna alcançam a paz com segurança."

Quando um Yogi na Assembléia Advoga a Superioridade da Yoga Sobra Arcana, e Houve um Pedido para uma Decisão Sobre Este Tópico

Nesta ocasião havia um astanga-yoga presente na assembléia de Pandita dasa Babaji. Apesar dele ser um vaisnava, alcançou a perfeição depois de ter praticado pra1J,ayama por um longo tempo. Como resultado, ele dava mais importância, a astanga-yoga do que aos nove processos de bhakti. Ficando um pouco insatisfeito com a declaração de Premadasa Babaji, ele disse:

- Babaji! Não desconsidere os yoga-sastras. Os yogis podem ficar sem comer e sem dormir por um longo tempo. O senhor pode prestar serviço devocional com tanta seriedade quanto eles? O senhor deve saber que yoga é superior a arcana.

Os Vaisnavas são naturalmente inclinados a não contra argumentar. No entanto, ninguém gostou da declaração do yogi, que minimizava a importância do serviço devocional quando comparado à prática de yoga. Todo mundo ficou quieto. Sentindo-se muito insultado, o yog"l pediu que Pandiita dasa Babaji desse sua conclusão.

Pandita dasa Babaji Estabelece a Superioridade do Serviço Devocional Sobre a Yoga

Primeiro Pandita dasa Babaji não estava inclinado em argumentação, mas quando o yogi insistiu que iria aceitar sua conclusão, Babaji começou a falar.

- A única meta de todas as práticas de yoga e do serviço devocional é Bhagavan, que é adorado por todas as entidades vivas. As entidades vivas são basicamente classificadas em duas categorias - uma é pura e a outra é condicionada, A entidade viva pura é aquela que não tem conecção material e a entidade viva condicionada é aquela que tem conecção material. O sadhaka é certamente uma alma condicionada, enquanto que a entidade viva pura nada tem a praticar. A diferença básica entre as entidades vivas puras e as condicionadas é que as puras estão situadas em sua posição constitucional. Elas só se dedicam à atividades espirituais e sua natureza é a bem-aventurança pura. A entidade viva condicionada, estando atada à natureza material, aceita designações e atividades materiais, que estão misturados com qualidades materiais e espirituais. Quando alguém abandona as atividades e designações materiais e aceita as atividades puras, isto é chamado liberação. O amor puro é a atividade constitucional da alma e não pode ser diferenciado da liberação. A Liberação almejada pela prática de yoga é o amor ao Supremo alcançado através do serviço devocional. Desta maneira, o resultado final de ambas as práticas é o mesmo. Por esta razão as escrituras retratam o devoto mais famoso, Sukadeva, como um grande yogf e o mais famoso yogf Mahadeva como um grande devoto. A principal diferença entre yoga e serviço devocional é esta: Na prática estrita de yoga, quando se alcança o samadhi pelo abandono das falsas designações, se alcança a posição constitucional; isto é, o prema é despertado. No entanto, há o temor de que no longo processo de abandonar as falsas designações, o sadhaka possa se cativar pelos subprodutos insignificantes e cair antes de atingir a meta final. Por outro lado, no serviço devocional só há discussão de prema. O serviço devocional é simplesmente o cultivo da ciência do amor a Deus. Quando todas as atividades se destinam ao cultivo do resultado final, não há o que se temer quanto a resultados inúteis. Os meios são o fim e o fim é o meio. Desta maneira, o serviço devocional é mais fácil do que a prática de yoga e deve ser aceito em todos os aspectos.

Mostrando a Inferioridade do Caminho de Yoga

- O domínio sobre a natureza material alcançado pela prática de yoga é só um resultado temporário. Nesta posição o resultado final pode estar longe e o tempo e impedimentos são observados. No caminho da yoga há impecílios a cada passo. Primeiro, na época de se praticar yama e niyama, a religiosidade é despertada, e como resultado de se alcançar este ponto insignificante a pessoa adquire uma mentalidade religiosa, mesmo que não tenha feito nenhuma tentativa de alcançar prema. Em segundo lugar, durante o longo período de práticas de asana e pralJayama, ela alcança uma vida longa livre de doenças por controlar a respiração. Mas se ainda não há a conecção com prema, esta vida longa e livre de doenças se transforma numa fonte de problemas. Em terceiro lugar, apesar de com o processo de pratyahara,alcançar-se o controle dos sentidos, se falta prema isto é chamado de renúncia estéril ou insignificante. A razão disso é que para se alcançar a meta final, o desfrute e a renúncia dão o mesmo resultado. Renúncia inútil só faz com que a pessoa fique com um coração de pedra. O quarto argumento é que durante dhyana, dharmJa e samadhi, até os pensamentos materiais são removidos, e se prema não for despertado, a entidade viva perde a sua individualida­ de. Se a compreensão: "Eu sou Brahman" não despertar amor puro, então o resultado disso é a destruição da existência. Desta maneira, considere por favor: O resultado último da yoga é excelente, mas o caminho é cheio de dificuldades. O senhor é um vaisnava e também é um yogf, sendo assim, pode entender as minhas palavras sem pre­ conceitos.

Apesar de Satisfeito Yogf Babaji Advoga a Utilidade da Yoga no Serviço Devocional para o Controle dos Sentidos

Yoga Babaji disse:

- Babaji, sua declarão conclusiva é excelente, mas há uma coisa que gostaria de dizer. Já pratiquei apropriadamente as nove classes do processo de serviço devocional, começando com ouvir e cantar, antes de aprender yoga. Mas lhe digo francamente, em todas as atividades eu costumava procurar a gratificação dos sentidos. Não pude livrar meu coração das designações falsas como as descritas nas instruções vai.$]Javas sobre a rasa conjugal. Só fui capaz de saborear a rasa conjugal depois de praticar pratyahara, e agora não tenho mais desejo de gratificação dos sentidos. Minha natureza está completamente mudada. Há um arranjo para pra]Jayama no caminho de arcana, assim, creio que a prática de pratyahara também é vista nas instruções de bhakti-yoga.

Sendo assim, creio que está pratica de yoga é necessária.

Pela Especulação Estéril ou Prática o Sadhaka Acabará com Certeza Caindo Se as Atividades de Bhakti Forem Usadas como Rituais Fruitivos ou Para a Gratificação dos Sentidos

Depois de ouvir a declaração de Yoga Babafl, Pandita dasa Babafl pensou por um instante. Eno começou a falar:

- Babaji, o senhor é abençoado, porque não esquece rasa-tattva enquanto pratica pratyahara. Em muitos casos, a pessoa cai devido à especulação e práticas estéreis, pois a alma por natureza é cheia de bem-aventurança, e nunca pode apreciar algo estéril. A alma está sempre amando ou está apegada, desta maneira, a alma condicionada que caiu de sua posição apropriada desenvolve amor ou apego por qualquer outro objeto inferior. Por esta razão dificilmente há alguma possibilidade de auto-satisfação, e desta maneira, a gratificação dos sentidos mate­ riais se torna proeminente. Quando a alma, que é a senhora dos sentidos, realiza sua rasa eterna, sua atração natural espontânea é despertada e sua afeição material diminui. O caminho do serviço devocional é a discussão do amor pela Suprema Personalidade de Deus. A medida que se progride neste caminho o esforço para se gratificar os sentidos naturalmente diminui. Creio que quando o se­ nhor iniciou o serviço devocional, o senhor não teve a associação com sadhus genuínos. Foi por isso que não sentiu a doçura do serviço devocional. O senhor executou as nove classes de processos de bhakti como se eles fossem estéreis ou rituais fruitivos autruísticos. O resultado foi que o senhor se tornou incapaz de sentir um pouco de bem-aventurança transcendental. E penso que esta foi a razão de seu anseio pela gratificação dos sentidos aume tou. Neste caso, há possibilidade de benefício com a prática de yoga. Para o devoto praticante é necessário sabore­ ar a bhakti-rasa em associação com devotos. Mesmo que um devoto desfrute de todos os tipos de gratificação dos sentidos materiais, este desfrute não produz o anseio por mais desfrute. O desfrute sensorial é a principal causa do devoto renunciar ao desejo de desfrute material.

 

Depois desta decalração, o yogi vaisnava disse:

- Babaji, eu não sabia nada disso. A tarde voltarei para tentar me livrar de todas as dúvidas que tenho. Ouvi dizer que um cavalheiro. virá hoje de Calcutá, assim estou indo. Por favor, tenha misericórdia de mim.

Assim que YogiBabaji saiu, o sabha de Pandita dasa Babaji se dispersou.

 

Mallik Mahasaya, Naren Babu e Ananda Babu Chegam ao Kunja de Yogf Babaji

No caminho, ao sair do asrama de Pandita dasa Babaji, Yogi Babaji pode compreender pela posição do sol que eram umas onze horas. Ele caminha depressa para sua kunja. Perto de uma árvore tamala, viu três cavalheiros bengalis se aproximando. Imaginou que um deles era Mallik Mahasaya. Babaji havia sido informado que eles pretendiam vir e deixou sua kunja arrumada. Assim que os três se aproximaram mais, Babaji perguntou:

- De onde vocês vêm? Para onde estão indo? Dentre os três, um era sábio pela idade, talvez uns sessenta anos. Seus cabelos e o bigode eram praticamente brancos. Ele usava uma camisa fina de algodão com dhoti e cadara. Carregava uma sacola em suas mãos e usava sapatos estilo chinês. Os outros dois usavam barba e tinham uns trinta, trinta e poucos anos. Usavam óculos, bengalas e traziam suas malas. Todos seguravam guarda sóis sobre a cabeça. O cavalheiro mais idoso se adiantou e disse:

- Somos de Calcutá. Estamos indo para o asrama de Yogi Babaji. Nitaidasa Babaji escreveu-lhe uma carta.

Ao ouvir isso, Yogi Babajo disse:

- Então os senhores estão me procurando. O senhor é Mallik Mahasaya?

O Cavalheiro respondeu:

Sim Senhor

Babaji os recebeu cordialmente e os levou até o seu kunja. O kunja era muito santificado. Três ou quatro kutiras rodeadas por árvores. Havia uma sala do templo. Babaji providenciou suas refeições, fazendo com que seu discípulo tratasse de serví-los. Depois de banharem-se no ManasagaJiga, tomaram a prasada. Ao terminarem a refeição, sentaram-se sob o pafícavari (um lugar onde exis­ tem cinco espécies de vara, árvores - asvattha, bilva, vara, dhatrf e asoka) para conversar. Mallik Mahasaya disse:

- Babaji Mahasaya! Todo mundo em Calcutá glorifica o senhor. Viemos aos teus pés com a esperança de obter iluminação espiritual.

Babaji disse com alegria:

- Mahasaya, és uma grande alma. Nityananda dasa Babaji me escreveu que um hindu amante do conhecimento como tu, é muito difícil de se encontrar em Calcutá. Estudaste inúmeras escrituras de yoga e as praticaste.

Malik Babu Se apresente

Sorrindo discretamente, Mallik Babu disse;

- Esta é uma boa manhã para mim, em que pude encontrar um yogf como o senhor.

Ao dizer isso, Mallik Babu caiu aos pés de Yogf Babaji e continuou:

- Babaji, por favor, desculpe a ofensa que cometi.

Da primeira vez que .o vi, não te prestei reverências. Babaji, hoje me dia em Calcutá os costumes antigos estão tão perdidos, que ninguém nem presta reverências aos seus superiores. Agora por favor, deixe-me tocar teus pés neste lo­ cal reservado. Minha história é a seguinte: Em minha juventude fui ateu. Mais tarde, quando recebi educação cristã, pensei que aquela religião era a melhor do que a nossa. Sempre ia orar na igreja. Então adotei o brahmoísnw, uma certa religião moderna pregada por Raja Rama Mohan Raya. E depois, por algum tempo, pratiquei as artes estrangeiras de demonismo, clarividência e mesmerismo. Para poder praticar apropriadamente esta arte, o ano passado fui até Madras ver madame Laurence. Por esta arte pude fazer com que personalidades que já partiram deste mundo aparecessem por lembrar delas. Com algum preparo podia receber mensagens de locais distantes. Vendo todas estas minhas habilidades, um dia Nityananda dasa Babaji me disse:

- Se o senhor puder visitar Yogf Babaji em Govardhana poderá alcançar inúmeros poderes sobrenaturais.

Desde então desenvolvi firme fé nas escrituras hindus. Bebi água do Ganges, não toquei mais em comida preparada por não-hindus e de manhã e a tarde ofereço orações a Deus.

 

A apresentação de NArem Babu e de Ananda Babu

- Naren Babu e Ananda Babu vieram comigo. Eles têm fé no brahmoísmo, mas não hesitam em aceitar que existe alguma verdade nos yoga-sastras. Tenho lhes mostrado inúmeros resultados da yoga. Agora, eles têm muita fé em mim, tanto quanto em seu preceptor. Eles nãú têm desejo de visitar os tfrthas hindus, onde as pessoas se dedicam a inúmeras formas de idolatria. Enquanto tomava prasada hoje, notei que a expressão facial de Naren Babu era de aflição. No entanto, creio que eles logo começarão a ter fé nos sastras hindus como eu. Estou buscando refúgio em teus pés; o senhor poderia me dar alguns instruções em raja-yoga?

Yogi Babaji Teme Cair Devido à Associação com Materialistas

Ao ouvir a súplica de Mallik Babu, Yogf Babaji exibiu um humor de surpresa, misto de alegria e tristeza:

- Babüji, sou indiferente e, não tenho muita relação com a vida mundana. Vivi numa caverna em Badrikasrama e, pela prática de kumbhaka, ficava quase sem comer o ano todo. De repente encontrei o grande devoto, filho de Vyasa, Sukadeva, que me disse para voltar para Vraja. Desde então, tenho me tornado um tanto mundano devido à associação com os vrajabasis. No entanto, não vivo com aqueles que são extremamente apegados à vida material. Noto que seu vestuário, modo de comer e sua associação são como as das pessoas extremamente mundanas. Estou apreensivo; se me associar com pessoas mundanas, posso cair do caminho da yoga.

Mallik Mahasaya Faz o Voto de Mudar de Trajes, / Aceita o Santo Nome, Bem Como a Independência de Naren e Ananda Babu Devido À Sua Fé no Brahmanísmo.

Ouvindo as palavras do Babaji, Mallik Babu respondeu:

- Estou preparado para aceitar os trajes e os hábitos . de comer de acordo com as tuas ordens, mas como posso renunciar aos meus dois companheiros? Aqui está o me plano: Deixe que Naren e Ananda Babu fiquem por aqui alguns dias, e depois, eles podem ir para o Bangiya Samaj em Vrndavana. Vou ficar aos teus pés uns seis meses e praticar yoga.

Narem e Ananda Babu aceitaram esta proposta e disseram:

- Dentro de dois dias iremos a Vrndavana, onde os nossos servos estarão aguardando por nós.

E este arranjo foi concluido. Naren e Ananda Babu foram ver as belezas naturais da região. Vendo o Babaji a sós, Mallik Babu lhe disse:

- Babaji, não foi certo tê-Ios trazido até aqui, porque ao ver as roupas deles todos vão negligenciá-Ios. Se o se­ nhor for misericordioso comigo, logo abandonarei toda associação com não-arianos.

Babaji disse:

- Ao ver os trajes vaisnavas e o seu comportamento, muitas pessoas abandonam sua companhia. Este não é o meu hábito. Nunca hesitei em estar até com os yavanas.

Os vaisnavas nunca m inveja das outras classes; no entanto, por causa da conveniência, creio que devemos aceitar os trajes e o comportamento dos vaisnavas.

Dificilmente alguém aceita os trajes vaisnavas depois de uma única instrução a respeito; no entanto, por ter sarhskaras prévios ou por desejar ganhar a confiança de Yogf Babaji, Mallik Babu imediatamente abandonou os seus luxuosos sapatos de couro. Passou a usar tilaka em sua testa e uma tulasf-mala no pescoço e então prestou reve­ rências a Babaji. Babaji deu-lhe permissão de cantar harina ma murmurando em suas contas, e Mallik Mahasaya começou sua prática.

Quando Naren e Ananda Babu voltaram de seu passeio e viram Mallik Mahasaya naquela c,ondição, comentaram:

- Que tipo de mentalidade é esta? Parece que não devemos ficar mais por aqui. Pensamos que ele fosse um grande pwu;lita e um aspirante, mas ele ainda está intranqüilo. O que significa esta sua nova aparência? Por que tudo tão depressa, num dia só? Vamos ver o que acontece. Não vamos desrespeitar o nosso sagrado brahmoísmo. De qualquer maneira, vamos observar o caráter humano vendo o que ele faz.

Ao ver Naren e Ananda Babu chegando, Mallik Mahasaya ficou um tanto inquieto e disse:

- Naren! Veja o que acabei virando. Ananda! Você está desgostoso?

Os dois disseram:

- O senhor é objeto de nosso respeito. Por que ficaríamos desgostosos com as tuas atividades?

Quando Yogf Babaji Faz Algumas Perguntas Espirituais e o Preceptor Brahmo Naren Babu Expõe os Defeitos do Dharma Hindu

 

O Babaji disse:

- Vocês são eruditos e têm mentalidade religiosa. Mas já discutiram a Verdade Absoluta?

 

Naren Babu era um preceptor brahmo. Costumava freqüentar os ensinamentos dos brahmos. Ao ouvir a pergunta do Babaji, pôs os seus óculos e começou a falar:

- Bharata (a Índia) está contaminada com alguns defeitos desde há muito tempo. Os defeitos são: 1) jatibheda ou castismo. Todo ser humano é filho de um pai. Todos são irmãos. Longe de fazer algum progresso, os indianos estão caindo cada vez mais devido ao castismo. Estão muito atrasados em relação às raças européias avançadas. 2) Por terem abandonado o Brahman impessoal e adorado inúmeros deuses e deusas imaginários, agora, estão muito distantes de Deus. 3) Adoração de ídolos ou imagens. 4) Votos desnecessários como os jejuns. 5) Devido aos hábitos abomináveis, nossos irmãos estão indo gradualmente para o inferno. 6) Respeito desnecessário a brâmanes ardilosos. 7) Crença no renascimento e considerar que os animais o entidades vivas. 8) Evitar de comer carne. Como resultado desta alimentação deficiente, seus corpos se tornaram fracos e, eles são incapazes de se governarem. 9) As fracas mulheres sem esposos sofrem condições humilhantes devido à viuvez. Para poder livrar a Índia destas práticas maléficas, a semente do sagrado brahmoísmo foi lançada pelo filantropo Raja Rama Mohan Raya e cresceu, se transformando numa árvore, que hoje frutifica. Oramos ao Senhor impessoal, para que todos os indianos se liberem da escuridão da ilusão e aceitem o brahmoísmo como é ensinado pelos Upani$ads. Babaji Mahasaya! Quando chegará o dia em que poderemos orar juntos?

Naren Babu falava com uma voz embargada e então ficou em silêncio. Neste ponto ninguém mais falou. Babaji ficou um pouco resoluto e disse:

- Sim, é melhor desenvolver alguma consciência de Deus e então ter dúvidas. Uma vez parei no asrama de Vamfki Muni em meu caminho até Kanpur e num local público ouvi estas coisas de um cavalheiro inglês. Depois disso nunca mais ouvi este tipo de conversa.

Quando Babaji Faz Algumas Perguntas Básicas, Ananda Babu Responde Com os Ensinamentos do Brahmoísmo.

Babaji então disse:

- Tudo bem, agora desejo perguntar sobre alguns pontos básicos: 1) Qual é a constituição de Deus? 2) Qual é a Sua relação com as entidades vivas? 3) Qual é o processo de satisfazer a Deus? 4) O que acontece quando uma entidade viva satisfaz a Deus? 5) Por que o Senhor é adorado?

Ananda Babu era um homem moderno, de boa família. Ele abandonara seu cordão sagrado para se tornar um pregador da filosofia brahmo. Quando ouviu as perguntas científicas do Babaji, ficou entusiasmado e se levantou. Ele disse:

- Ó mahatama! Ouça por favor. Existem respostas para todas estas perguntas no reservatório do brahmoísmo. Não miniminize o brahmoísmo pelo fato dele não ter escrituras. Todas estas religiões que tanto consideram alguma escritura certamente têm alguns antigos equívocos. A sua filosofia vaisnava parece um pequeno reservatório quando comparada ao oceano do brahmoísmo. As pérolas não são obtidas em reservatórios, elas são encontradas no oceano. Apesar de não termos escrituras volumosas, temos uma escritura chamada brahma-dharma, que responde a todas as perguntas.

Ananda Babu abriu sua mala e colocou seus olhos. Retirou dela um pequeno livro e começou a ler:

- 1) Deus é sem forma. 2) Seu relacionamento com as entidades vivas é como o de um pai com os seus filhos. 3.     Ele Se satisfaz com as atividades que Lhe são queridas. 4.     Nós desfrutamos de alegria abundante. 5) Ele nos dá o leite materno, os grãos alimentícios e os peixes dos reservatórios d'água. Desta maneira estamos em débito com Ele e somos obrigados a adorá-lO. Veja como os nossos dharmacaryas deram as respostas essenciais em poucas palavras. Vocês precisam de escrituras volumosas como o Mahabharata para explicar estes cinco pontos. Abençoado seja Raja Rama Mohan Raya! Todas as glórias para ele! Que a bandeira do brahmoísmo tremule em todos os cantos do mundo!

Vendo a grande euforia do barbudo Ananda Babu, Babaji sorriu e disse:

- Todo bem para ti. Que o Senhor Supremo um dia te atraia. Hoje os senhores são os meus convidados. Não vou dizer nada que possa causar-vos ansiedade. Se o Senhor GauraJiga desejar discutiremos todo este assunto oportu namente.

Ao ouvirem a humilde declaração do Babaji, Naren e Ananda Babu tiraram seus óculos e sorrindo disseram:

- Como queira. Nós iremos ouvindo às suas conclusões gradualmente.

Em Resposta Às Perguntas de Mallik Babu, Yogf Babaji compara Raja-yoga com Hatha-yoga

Quando todo mundo ficou em silêncio, Mallik Mahasaya continuou dizendo:

Babaji Mahasaya Por favor, explique raja yoga. Yoga Babaji concordou e começou a falar

- A yoga praticada pelos filósofos e eruditos purânicos é chamada raja-yoga. A yoga prescrita pelos paIJ-ç1itas tântricos é chamada hatha-yoga. Tenho pouco apreço por hatha-yoga porque ela é um obstáculo para a prática do vai$IJ-avismo. A hatha-yoga é descrita no sakta e no saiva tantras, bem como nas escrituras derivadas destes tantras, como o Hatha-yoga dlpika e o Yoga-cintamalJ-i. Dentre estas escrituras considero o Siva-sarhhita e o GheraIJ-ç1a-sarhhita as melhores. Durante minha permanência em Kasl, estudei estas escrituras e pratiquei algumas delas, mas finalmente pude ver que as pessoas só podem obter algum benefício corpóreo com este sistema de yoga. Alcançar o samadhi com este processo não é fácil.

Analise da Ciência de Hatha Yoga

Em resumo está é a ciência de Hatha Yoga.

A) Através de atividades piedosas ou impiedosas, a entidade viva obtém um recipiente na forma de um corpo. A entidade viva dentro do recipiente corpóreo nasce e morre de acordo com o seu karma.

B) Este recipiente, que tem a forma de um pote de barro cru, não é mais utilizável após ter sido queimado. Sempre há uma oportunidade de perigo no oceano da existência material. Através da hatha-yoga este recipiente é purificado pelo fogo.

C) Os sete tipos de purificações corporpéas são:

1) Sodhana, ou purificação por seis atividades;

2) drdkaral'Ja, ou ficar forte por sempre pra ticar asanas;

4) dhairya, ou se tornar indiferente por praticar pratyahara;

7) nirliptfkaral'Ja, ou se tornar livre do apego mundano por samadhi.

Sodhana, ou as seis atividades para a purificação são:

1) Dhauti, ou limpezxa, que é de quatro tipos:

a) antar-dhauti, ou limpeza interna: Vatasara, pelo ar; varisara, pela água; bahisara e bahiskrti, também pelo ar.

b) danta-dhauti, ou limpeza dos dentes: Danta­ müla, ou limpeza da raiz dos dentes; jihva-müla, da raiz da língua; karl'Ja-randhra-dvaya, das orelhas; e kapala-randhra, massagear a testa. São estes os cinco tipos de limpeza conhecidos como danta-dhauti.

c) hrd-dhauti, ou limpeza do coração: Dandadvara, por perfurar; vamana-dvara, por vomitar; e vastra­ dvara, por vestes, são os três de limpeza do coração.

d) mala-dhati, ou limpeza do intestino: Dwuja, por uma vara; aligulf, pelo dedo; e jala-dvara, pela água, para purificar o mala.

2) Vasti, ou limpeza do abdomem, que é de dois tipos:

a) jala-vasti, ou sentar na água até o umbigo e contrair o abdomem; e

b) Sukha Vasti, contratação a seco.

3) Neti, passar um cordão, com o comprimento da ponta do dedão até a ponta do dedo mínimo da mão esticado (um palmo), entrando pela narina e saindo pela boca.

5) Trataka, ficar sem piscar os olhos até o ponto de lacrimejar.

6) Kapala-bhati, ou bhala-bhati. Inalar por uma narina e exalar pela outra e vice-versa; que é de três tipos:

a)avyutkrma;b)vyukrama;c)sitkrama

Existem trinta e dois tipos de asanas aconselhados.

Depois de limpar o recipiente, as asanas são praticadas para fazer o corpo ficar forte. Este é o segundo processo de hatha-yoga. Siddhaana, padmasana, bhadrasana, muktasana, vajrasana, svastikasana, sirhhasana, gomukhasana, v"lrasana, dhanurasana, mrtasana,guptasana, matsyasana, matsyagrasana, gorak~asana, pascimottanasana, utkatasana, sakatasana, mayurasana, kukkutasana, kurmasana, uttana kurmsana, mwu;lukasana, uttana mwu;lukasana, vrk~asana, garuç/asana, V($asana, salabhasana, makarasana, u#rasana, bhujaligasana e yogasana. Qualquer uma destas asanas podem ser praticadas.

Tornar-se firme com mudras:

Por praticar asana, o recipiente fica forte, e por pra­ ticar mudras ele fica firme. Dos inúmeros mudras, vinte cinco são sempre sugeridos, em todas as escrituras. Eles o: mahamudra, nabhomudra, uç/alyana, jalandara, mülabandha, mahabandha, mahaveddha, khecarl, viparftakaralJ-i, yonimudra, vrajani, sakticalanl, taç/agl, malJ-ç/ukl, sambhavl, adhodharalJ-a, unmanl, vasvanarl, vayavl, nabhodharalJ-a, asvinl, pasinl, kakl, mataligl e bhujmiginf. Pois, para cada mudra há um beneficio especial.

Tornar-se indiferente com pratyahara:

Por se praticar mudras o recipiente fica firme, então com pratyahara o recipiente se toma imperturbável. Quando a mente é gradualmente retirada dos objetos dos sentidos e mantida em equilíbrio, isto é chamado pratyahara.

Por praticar pralJ-ayama a pessoa fica mais suave e os nervos são purificados, e então, ela pode progredir para kumbhaka, dhyana, dharalJ-a e samadhi.

Por praticar pratyahara a mente é controlada e o recipiente fica imperturbável. Depois disso, o corpo se toma suave com a prática de pralJ-ayama, e para praticá­ la deve-se considerar o tempo e o lugar. Existem algumas regras relativas à alimentação. A pessoa deve estar a par de todas estas coisas ao iniciar sua prática. Primeiro, os nervos devem ser purificados. Depois de purificar os nervos, ela deve praticar kumbhaka. Demora três meses para purificar os nervos. Os oito tipos de kumbhaka são: sahita, süryabhedf, udvayf, sftalf, bhastrika, bhramarf, mürccha e kevalf. Quando recaka, püraka e kumbhaka são praticadas regularmente, chega-se ao estágio de kevala­ kumbhaka.

Quando o praticante fica suave pela prática de pra1Jayama, então, ele pode passar para o dhyana, e de­ pois para dhara1Ja e, por fim para o samadhi. Darei des­ crições elaboradas disso na hora apropriada.

Observações finais sobre Hatha Yoga

Se alguém pratica hatha-yoga desta maneira, pode realizar atividades maravilhosas. Só vendo para crer. Os tântricos expressam diferentes opiniões sobre as divisões da yoga. Por exemplo, no Niruttara-tantra, quarta pétala está declarado:

asanarh pra1Jasarhrodha!:tprataharas ca dhara1Ja dhyanarh samadhiretani yogangani vadanti $açl

"Ãsana, pra1Jayama, pratyahara, dhara1Ja, dhyana e samadhis são as seis divisões da yoga." Apesar de Dattatreya e outros terem opiniões diferentes, de acordo com a maioria deles, a origem da hatha-yoga é a mesma. Eu não fiquei satisfeito praticando hatha-yoga, porque pela prática dos mudras, são adquiridos muitos tipos de pode­ res e o praticante não pode fazer maior progresso.

Especialmente as seis atividades de dhauti, neti etc., são muito difíceis de se realizar, a menos que o guru esteja próximo e, elas provocam risco de vida. Quando fui para Badrikasarama vindo de Kasf, um raja-yogf bondosamente ensinou-me a raja-yoga. Desde então abandonei a hatha­ yoga.

Depois de disser isso, o Babaji disse:

- Por hoje é o bastante, outro dia darei instruções sobre raja-yoga. O dia está para acabar, e desejamos ir ao asrama de Püjyapada Pwu;lita dasa Babaji.

Naren e Ananda Babu Desenvolvem Fé no Vaisnavismo Pregado por Yogi Babaji

Enquanto Yogi Babaji explicava hatha-yoga, Naren e Ananda Babu observavam sua seriedade e, se tornaram mais respeitosos, ouvindo às suas palavras com atenção.

Enquanto ouviam, desenvolveram alguma no Babaji e algum desrespeito pelo -conhecimento insignificante que eles tinham. Eles disseram:

- Babaji, ficaremos felizes por discutir temas espirituais com o senhor. Sendo assim, decidimos permanecer aqui por mais alguns dias. Desenvolvemos uma fé especial em suas palavras.

O Babaji disse:

- Se o Senhor for misericordioso, o há vida que muito em breve vocês se tornarão devotos puros de Krsna. Naren Babu disse:

- Não é possível que aceitemos a adoração de ídolos, mas já não temos a idéia que o vaisnavismo é algo sem fundamento. Ou seja, os vaisnavas têm mais compreensão da Verdade Absoluta do que os seguidores do brahmoísmo. Mas infelizmente, apesar deles compreenderem a Verdade Absoluta, não abandonam a adoração de ídolos. Não posso entender porque. Se não houvesse a adoração de ídolos no vaisnavismo, haveria união com o brahmoísmo e não hesitaríamos de reconhecer o senhor como um vaisnava.

Babaji: ficou extremamente sério. Ele sabia como indicar aos jovens o caminho de bhakti. E então disse:

Não vamos tocar neste assunto hoje.

Estando encantado com a sabedoria e devoção do Babaji:, Mallik Mahasaya ficou em silêncio. Enquanto meditava na descrição de hatha-yoga, pensou:

- Ora! Como somos tolos! Fui até a madame Laurence em Madras por coisas insignificantes como o mesmerismo, demonologia e alguns detalhes sobre hatha-yoga. Nunca havia visto um yogf tão magnânimo. Pela graça de Nityananda dasa, sem dúvida hoje vivo dias auspiciosos.

Por alguns dias Naren e Ananda Babu discutiram inúmeros temas espirituais com Babaji. Como resultado disso, sua fé no vaisnavismo aumentou. Eles aprenderam, com certa profundidade, a ciência do serviço devocional. Anteriormente, não haviam notado os pontos belos do vaisnavismo. com seu intelecto. refinado Naren Babu pode notar o serviço devocional puro referido por Theodore Parker. Ananda Babu havia lido sobre o serviço devocional puro em muitos livros ingleses, mas estava um tanto surpreso ao vê-lo descrito em vaisnavismo antigo. No entanto, ambos indagavam como alguém que pode discutir o serviço devocional puro, com tanta profundidade, pode recomendar a adoração de ídolos e de homens como Rama e Krsna.

Um dia Yogi Babaji disse:

- Venham, vamos visitar Pandita dasa Babaji.

No fim do dia, todos partiram para a caverna de Pandita dasa Babaji.

 

Continua.....

 

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