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Srila Bhaktivedanta Narayana Goswami Maharaja

 

 

ASSOCIAÇÃO COM BHAKTIPRAJNÃNÃ KESAVA

GOSWAMI MAHARAJ

 

 

         Meu Gurudeva, Om Visnupada Srila Bhakti Prajnana Kesava Goswami Maharaja me falava muito sobre seu irmão espiritual Sri Abhay Caranaravinda Prabhu (Srila Prabhupada). Naquele tempo, antes dele tomar sanyassa, nós afetuosamente o chamávamos de Prabhu. Meu Gurudeva sempre me dizia como este seu irmão espiritual era muito querido por Srila Bhaktissidanta Sarasvati Thakura. Ele explicou-me que Bhaktissidanta o recomendava muito intima e afetivamente  e pediu a ele que escrevesse artigos para a revista “The Harmonist “ e outras revistas.  Srila Bhaktisiddanta havia especialmente lhe ordenado para pregar em língua inglesa e distribuir este conhecimento nos paises ocidentais.  Para meu Gurudeva (Kesava Maharaja) Abhay Caranaravinda Prabhu era uma personalidade muito bondosa ,e também muito bom em argumentos lógicos e um pregador verdadeiro, que não tinha medo de nada. Eu tinha ficado sabendo como ele era um amigo próximo de Gurudeva e, era um excelente escritor e um sincero e qualificado devoto. Naquele tempo, eu ainda não o tinha visto, mas ver com os ouvidos é sempre mais forte do que ver com os olhos.Abhay Caranaravinda Prabhu era um amigo muito intimo de Kesava Maharaja e se conheceram na Srila Bhaktisiddanta´s Gaudiya Matha em 1922. Durante muitos anos Abhay foi um grhasta muito bonito. Em 1940 após a partida de Bhaktissidanta Sarasvati Thakura, houve um tumulto na Gaudiya Math. Naquele momento nosso Gurudeva era conhecido como Akincan Vinoda Vihari Brahmacari (sem posses materiais) e viajava para Prayaga e Allahabad.  Ele estava ficando na Rupa Gaudiya Math por alguns dias. Abhay prabhu tinha uma residência familiar e também negócios em Allahabad, então convidou nosso Gurudeva para ficar com ele em sua casa, assim, eles viveram juntos por cinco meses. Durante este templo, eles ficaram muito amigos e muito próximos um do outro. Eles sempre discutiam o Bhagavad-Gita e outros aspectos do serviço ao guru e sua missão. Quando meu Gurudeva Kesava Maharaja viveu com Abhay por muitos meses em Allahabad , Abhay organizou muitas pregações para o povo da cidade. Ele tinha cultivado inúmeros associados em sua farmácia e conhecia pessoas educadas, pessoas qualificadas. Juntos eles combatiam aos Mayavadis e a severa influência do Catolicismo. Os oponentes tinham impressão favorável devido aos perfeitos argumentos por eles apresentados. Por que Abhay apreciava muito a pregação de Guruji (Kesava Maharaja), ele me disse: “Seu Gurudeva é muito lógico e é um ótimo filósofo. Por isso é que eu o selecionei para se tornar o meu melhor amigo".

 

 

 

FUNDANDO A GAUDiYA VEDANTA SAMITI

 

 

 

         Meu Gurudeva se chamava Pujapad Sri Vinoda Vihari Brahmacari Krti-Ratna. O nome Krti-Ratna, significa aquele que é a jóia dos diretores, porque ele era muito esperto em administrar a Gaudiya Math. Este nome lhe foi dado por Srila Bhaktissidanta Sarasvati antes de ele tomar sanyassa. Em seu coração estava o desejo de mostrar o Vedanta Sutra e o Srimad Bhagavatam. Ele sempre dizia: “Enquanto haver muitos significados Mayavadis, Bhakti não poderá ser pregada em sua maior força. Então, nos temos que remover a Filosofia Mayavadi desde sua origem.” Abhay Prabhu gostou muito desta idéia. Nós precisamos chutar para longe esta filosofia. Eles sempre me diziam, somos muito unidos nesta pregação. Meu Gurudeva deu-lhe o nome de “Bhaktivedanta”. Quando eles formaram uma organização, eles a chamaram de Gaudiya Vedanta Samiti.   Após o desaparecimento de Srila Bhaktissidanta Prabhupada, quando a Gaudiya Math se desconstituiu, meu Gurudeva junto com Abhay Prabhu e Narottamananda Brahmacari estabeleceram vários papéis para a Gaudiya Vedanta Samiti. Isto foi em sete de abril de 1940, Calcutá. E após a briga política que houve depois da partida de Bhaktissidanta eles fundaram genuínas como a Samiti Gaudiya Math, Udharana Gaudiya math, Kesavaji Gaudiya Math e muitas outras.

 

 

 

NOSSO PRIMEIRO ENCONTRO:

NARAYANA MAHARAJA E SWAMI MAHARAJA       (PRABHUPADA)

 

 

         Em 1947 eu estava em Calcutá como servo pessoal de meu Gurudeva. Este dia era a inauguração da nova ramificação da Samiti Gaudiya Math. Era uma grande assembléia e muitos Vaisnavas estavam presentes. Durante a leitura feita pelo meu gurudeva, um grhasta veio atrás da porta olhando para ele, gurudev parou de falar e me perguntou se podia trazê-lo à frente, mas meu Gurudeva ordenou que ele fosse pra frente. Gurudeva mostrava muito respeito por ele e insistiu que eles se sentassem na mesma plataforma. Eu olhei para Gurudev e silenciosamente perguntei: “Quem é este devoto?” Era muito raro a forma que Gurudeva o tratou diferenciando dos outros. Depois ele me disse: “Este é Abhay Caranaravinda Prabhu, meu querido irmão espiritual. Ele é um discípulo muito especial de Srila Bhaktissidanta Sarasvati Thakura. Ele é tão humilde e qualificado. Você precisa obter o favor dele e o servir.” Naquela hora eu cozinhei para ele e para muitos vaisnavas seniores – café da manhã, almoço , jantar e tudo mais...e também lavei suas roupas. Abhay me estava muito agradecido. Ele estava feliz em ver-me servindo meu Gurudeva e me fez algumas perguntas como, aonde nasci, onde e como eu entrei na Math. Nós nos falamos e ele ficou muito satisfeito comigo. Eu também fiquei muito impressionado com ele e senti muita atração por ele. Foi então que eu começava o meu serviço a ele no meu coração e em meu trabalho. E agora penso, como fui afortunado por ter o conhecido e o servido. Nós tínhamos muita afeição um pelo outro,  Srila Prabhupada e eu, tanto que eu não posso abrir meu coração suficientemente. Ele disse que aquele nosso relacionamento transcendental era de Amor Espontâneo e explicou-me que como Srila Bhaktissidanta tinha um amor muito grande a ele, ele similarmente tinha amor e queria muito bem a mim. Ele era muito poderoso pregador, suas leituras eram muito influentes. Tendo as traduções do Srimad Bhagavatam palavra por palavra e significado e depois dava suas explicações. E o que ele falava era muito bonito. Naquele tempo os devotos sêniores de Srila Bhaktissidanta era Srila Sridhar Maharaja, Srila Tirtha Maharaja, Srila Srauti Maharaja, Srila Naimi Maharaja, Srila Yayavar Maharaja, Srila Audulomi Maharaja, Srila Puri Maharaja, Srila Giri Maharaja, Srila Madhava Maharaja e Srila Bhaktiprajnana Kesava Maharaja. Todos estes discípulos eram como leões na selva. Eles sempre vinham visitar meu Gurudeva  (Kesava Maharaja) e eu os servia pessoalmente, mas Abhay Prabhu nunca vinha porque ele era grhasta e vivia fora da Math e era considerado por todos extremamente qualificado. Ele nunca se comprometia com os seu Siddhanta. Eu associava com ele e seus irmãos  espirituais frequentemente naqueles tempos.

Abhay Prabhu tinha amigos em todos os cantos: Calcutá, Navadvipa, Chinchura, Allahabad, Bombay e Delhi. Ele sempre viajava com seus irmãos espirituais por diferentes Mathas para celebrações e discussões e, tinha muita afeição por eles. Apesar de ser grhasta, todos eles o respeitavam porque ele era um leitor escolar e um bravo e potente pregador. Ele era conhecido por todos como Abhay ou aquele que não tem medo de nada.

 

 

 

SERVIÇO EDITORIAL

 

 

 

       Em 1953, nossos escritos Gaudiya-Patrika e Bhagavata-Patrika estava começando. Nosso Gurudeva pediu a Abhay Prabhu (Srila Prabhupada): “Eu preciso estabelecer a publicação em Bengali e outras línguas. Eu preciso especialmente de você para escrever os artigos.” Fácil e rapidamente ele escreveu os artigos para `The Harmounist`, e agora ele continuava a escrever muitos lindos ensaios. Ele combateu tudo que ia de encontro à Pura Devoçao naquela hora especialmente. ”Murgi Mission”- assim ele chamava à Missão RamaKrsna porque seus membros comiam frango e faziam outras coisa desautorizadas pelo Vedanta. É um fato que eles comiam carne, ovos e muitas coisas abomináveis. Vivekananda e sua Missão RamaKrsna eram proeminentes naqueles dias.  Estes eram muito conhecidos pelo público que dizia que eles eram ótimos devotos. Em toda a Índia apenas eles falavam sobre os Vedas e eles falavam que a Gaudiya Vedanta não era Vedantista. Abhay Prabhu escreveu dois artigos sobre os “Murgis” parecendo um drama.

 Todo mundo o requisitou pra escrever outro artigo dramático. E sobre os líderes da Gaudiya Matha o artigo explicava como a instituição estava após a partida de Srila Bhaktissidanta. Agora em nome da Missão, alguns ignorantes botavam todos o dinheiro em seus bolsos, sannyassis que haviam estado com Bhaktissidanta construíam prédios e davam o dinheiro para seu filhos irem a escolas ou para irem à América ou Europa para estudar. Abhay Prabhu escreveu sobre esta situação e a primeira parte foi publicada no nosso Bhagavat-Patrika e Gaudiya-Patrika. Aquilo os jogou fora da santa Missão Gaudiya. Isto foi uma revolução. Nosso Guru Maharaja e Abhay Prabhu (Srila Prabhupada) estavam conversando e rindo juntos então Abhay disse: “Nós precisamos publicar mais disto. Porque não?” e Guru Maharaja também concordava com ele.  Como sempre, muitos dos irmãos espirituais exclamavam: “Oh Kesava Maharaja, o que você está fazendo imprimindo isto?" Todo mundo vai conhecer a história e todos vão criticar a Gaudiya Math. “Estes são nossos privados assuntos familiares”. Sempre Srila Sridhar Maharaja que era muito respeitado por todos, era consultado. Muitos irmãos espirituais vinham para Mathura naquela hora e Abhay Prabhu estava residindo aqui em nossa Math. Srila Tirtha Maharaja e outros devotos perguntavam: “O que vocês estão fazendo? Se vocês continuarem imprimindo isto nossa instituição se quebrará.” Guru Maharaja e Abhay Prabhu sorriam e perguntaram para os outros: “O que fazer?” Então ficou decidido .Accha.!“Depois veremos, mas por agora obedeceremos às ordens”.

Naquela época o presidente da Índia era o Dr.RadhaKrsnan e ele era muito escolarizado e muito bom em inglês, mas, ele era mundialmente famoso por ser Mayavadi. Ele escreveu um artigo em inglês dizendo que o corpo de Krsna continha alma e aquela alma era Deus mas o corpo de Krsna não era Deus.

Guru Maharaja não estava conosco, mas Abhay estava, então ele escreveu um artigo muito poderoso como resposta. E ele declarou: “Quem foi o patife que declarou isto? Não há diferença entre a possessão e possuidor. Todas as suas qualidades, passatempos e nomes são transcendentais. Se uma pessoa não tem um guru muito puro e realizado, ela não pode compreender isto. Você não tem guru e lê o sastra que lhe interessa. Apenas Budha veio a ser sunyavadi e, vocês só gostam daquilo. Alguma vez no Sul da Índia você leu algo de Sankaracarya, mas você nunca leu Ramanuja, Madhvacarya, Caitanya Mahaprabhu e Jiva Goswami, você nunca leu Baladev Vidyabhusana. Você deve tentar conhecer o que é acintya bheda bheda tattva. Não seja sectário. Você precisava ser muito liberal conosco porque você é um autoridade da Índia, o presidente, mas você não é uma autoridade em religião, você tem que ler alguma coisa sobre nós.” Abhay estava se preparando para um discurso face a face em muitos grandes debates. E perguntou-me se podia traduzir seus artigos para Hindi para ser publicado em nossas revistas.

Ele também escreveu em inglês para enviar para o Parlamento Indiano, endereçado ao presidente. O secretário recebeu e disse: “Muito obrigado mas o Dr. RadhaKrsnan nunca aceitará esta mudança.” Ele não tinha nada a replicar porque todas as evidências do Prabhu vinham dos Vedas e Upanishads e de boas escrituras. Assim, Abhay Prabhu (Srila Prabhupada) era um arrojado e poderoso pregador.

Srila Vamana Maharaja apontou Abhay Prabhu para ser o cabeça da editora. O editor chefe. Eu também fazia parte desta editora. Abhay escrevia e eu imprimia. durante as leituras de meu gurudeva e outros vaisnavas senior´s ele tomava nota e as punham em seu caderno. Abhay Prabhu continuava escrevendo para nossa revista regularmente todo mês por muitos anos. Muitas destas revistas originais estão preservadas nas nossas Mathas.

 

 

JHANSI

 

 

Eu fui visitar Abhay Prabhu duas vezes quando ele estava pregando em Jhamsi, a primeira vez  eu viajei de trem com alguns brahmacaris e na segunda vez, eu fui vê-lo junto com meu Gurudeva. Nós ficamos cinco dias desta vez. Ele tinha anteriormente feito algumas conexões lá durante suas viagens a negócio. Algumas pessoas tinham residência onde situava nossa Math.  Prabhu nos convidou para considerá-lo uma de nossas Math, mas, nosso Gurudeva não estava preparado para fixar-se lá. Ele preferia morar numa grande cidade como Mathura.  Durante sua estadia em Jhansi Abhay Prabhu (Srila Prabhupada), pessoalmente, trouxe uma grande e muito bonita murti de Gauranga de Bankura (Bengala), aonde são feitas muitas deidades para a Gaudiya Math. Ele tinha adorado a deidade e a trouxe para estabelecer aquele templo. Prabhu convidou Gurudeva e nós viemos para a instalação.  Nós chegamos para o programa mas não houve a instalação. Isto porque eles discutiram sobre a maneira com a qual aquele patrocinador o permitiu para  usar o templo. Quando ele disse a nós que poderia mandá-lo para fora, Gurudeva disse que era melhor se arrumasse um documento. Depois houve uma discussão entre Gurudev e os patrocinadores e antes que o povo chegasse ele pediu uma condição: “Você pode dar o templo a Abhay Prabhu? Ele vai ser o mestre e irá fazer tudo de acordo com a nossa sampradaya.” Ambos, Prabhu e Gurudev rejeitaram a idéia. Eles trouxeram a deidade para a Kesavji Gaudiya Math. Prabhu tinha feito puja regular sozinho em Jhansi, mas a deidade não foi oficialmente instalada. Meu Gurudeva e eu, voltamos primeiro de Jhansi para Mathura de trem. Prabhu não veio conosco, mas após alguns dias ele retornou com a deidade de Mahaprabhu e a deixou sobre os cuidados de meu Gurudeva. Guruji instalou aquela linda deidade de Mahaprabhu aqui no altar de nossa Matha aonde ainda hoje vem sendo servida.

 

 

 

 

 

RESIDINDO NA KESAVAJI MATH

 

 

 

         Gurudeva e eu estávamos lá no dia em 1955, quando Abhay Prabhu veio de novo para a kesavaji Gaudiya Math de Mathura. Nós nos abraçamos. Antes de vir ele tinha sido bem sucedido em seus negócios em Allahabad, Prayaga Pharmacy, com o qual era muito famoso. Muitas personalidades importantes incluindo o primeiro ministro da Índia , compravam em sua loja. Ele havia viajado por todas as cidades importantes do norte-Dheli, Kampur, Lucknow, Agra, Jhansi, Mathura e outras cidades para entregar alguns remédios que acabara de descobrir.

Kunja Bihari Prabhu, sênior discípulo da Matha, era especialmente devotado a ele nesta época. Ele o ajudou a pegar suas malas e também levava prasadam para ele enquanto trabalhava. Depois de um tempo o seu trabalho encerrou e ele foi a Calcutá. Em seguida, ele veio de novo para Mathura trazendo uma fórmula medicinal para distribuir para as lojas, mas elas não estavam boas. Estava vivendo em um quarto que tinha alugado no Yamuna, perto do Bengali Ghat, onde estava há cinco dias quando fui vê-lo. Então disse a ele: “Prabhu, por que você está ficando aqui?” Ele era muito humilde e não queria incomodar-nos, então eu peguei sua bagagem à força e disse: “ Eu não vou deixar você viver em qualquer lugar, nos estamos aqui! Somos seus filhos e, você é irmão de nosso Gurudeva, é muito querido por nós. Queremos tomar conta de você e não vou agüentar ficar separado de você!” Então, eu trouxe os Brahmacaris e pegamos à força seus utensílios e os trouxemos para nossa Matha.Eu requisitei Abhay Prabhu: “Por favor, fique aqui conosco lendo o Bhagavad-Gita, escrevendo etc. Eu pessoalmente quero servir você. Por favor, viva aqui para sempre! Nós não queremos que você fique longe de nós! O seu quarto está lá, perto do meu. Só existem os dois, o seu e o meu.” Nós tínhamos poucas facilidades a oferecer-lo porque não tinham pessoas na nossa Matha. Havia apenas um banheiro, mas, o ambiente era pacífico, muito pacífico. Ele também não tinha nada, apenas o seu corpo e alma. Trazia consigo apenas algumas cópias de sua revista “De Volta ao Supremo”, seu Bhagavad-Gita mais três ou quatro volumes do Srimad Bhagavatam escritos em Bengali, e estes mesmos livros estão preservados na nossa livraria. Só possuía isto. Nós demos a ele aquele pequeno quarto e muitos grandes livros. Narasinha Maharaja e eu doamos muitos livros em sânscrito e em bengali e, então, ele começou a escrever muitos artigos em inglês, e dia e noite ele ficava em seu quarto fazendo isto. Ele também cantava Hari-nama e fazia bhajanas muito bonitos. Ele dormia apenas poucas horas pela manhã.          Abhay Prabhu (Srila Prabhupada) ficou muito agradecido com este arranjo que fizemos para ficar conosco e nosso Gurudev também ficou agradecido logo que contamos á ele.Nós sempre pediamos a Abhay Prabhu para dar aulas do Srimad Bhagavatam ,mas ele não tinha uma grande audiência, pois, poucos de nós vivíamos na Math com ele.  Estávamos no começo da Kesavaji Math, então tínhamos apenas cinco ou dez pessoas, porém, pessoas elevadas e instruídas vindas de Mathura, ouviam freqüentemente as aulas de Abhay Prabhu. Eu era conhecido por fazer kirtans na Bengala e em Uttar Pradesh...então eu fazia kirtana.

Abhay Prabhu fazia a leitura explicando os versos palavra por palavra e, muitos eruditos escolares sentiam-se bastante atraídos pela aulas ministradas por ele. Também neste tempo, ele dava aulas do “Caitanya Caritamrta” à noite. Ele tinha muita devoção por Mahaprabhu e seus passatempos. Depois de tomar sannyasa, ele dava estas aulas em inglês, estava apenas praticando, pois, muita gente não entendia o inglês.Abhay sempre  brincava conosco. Disse que desde menino gostava de brincar com os outros. E mesmo ele sendo mais velho e mais qualificado que eu, ele gostava de mim como um querido amigo e, não esperava reverências vindas de mim. Ele era igual a meu Gurudeva em idade e qualidade e, também era muito educado e respeitado. Eu não encontrava nenhuma qualidade em mim, então, pensava, existem tantos bons devotos, porque ele me ama assim e me concede sua misericórdia? Não sei. Ele me favorecia com muita afeição enquanto eu tentava servi-lo sinceramente e, assim, ele foi controlado por aquele amor. Eu brincava com ele dizendo: “Você tenta ser responsável pelos seus filhos e sua esposa, mas eles rejeitam você!” Um de seus filhos não lhe era favorável e, o outro, às vezes o ajudava mas não queria servi-lo e então eu dizia: “Prabhu, porque você não aceita mais serviços de nós? Você não deve voltar para lá. Eu vou de porta em porta para arranjar arroz e outras coisas mais para você.” Nós brincávamos juntos muitas vezes e quando ele ria era muito doce, sua brincadeira era encantadora.Quando Abhay Prabhu veio primeiramente para Mathura para ficar conosco ele tinha uma doença, mas, humilde e silenciosamente ele a tolerava porque era expert em medicina, usava sempre a “Medicina Ayurvédica”. Eu fui afortunado quando ele confidencialmente me disse: “ Eu não tenho fé em doutores! Se eles me mandam operar eu posso morrer!”Então eu disse a ele que não podia morrer pois tinha muito serviço importante a fazer e ele concordou. Ele era muito determinado a servir a ordem de seu Gurudeva para pregar por todo o mundo. Eu lhe disse que havia um doutor muito bom em Mathura que já havia curado outros e então eu o levei até lá. Durante toda a operação eu fiquei a seu lado. Não mencionarei detalhes porque pode soar como se eu o tivesse ajudado. E atualmente sei que ele me concebeu seu favor e misericórdia por dar-me a oportunidade de servi-lo como um amigo.Nós tínhamos muitas discussões filosóficas juntos sobre o 10º canto do Srimad Bhagavatam e líamos muitos livros juntos. Todos o glorificavam. Ele explicava o Bhagavatam palavra por palavra depois que escrevia seus livros. Eu não aceitava nada facilmente e fazia-lhe perguntas e mais perguntas. Até com Gurudev eu fazia isto e como sempre eles me explicavam, e eu aceitava, mas somente quando ficava evidenciado a lógica dos Sastras. Algumas vezes discípulos de Bhaktissidanta não ficavam satisfeitos comigo e diziam: “Vá ate seu Gurudeva e ele o satisfará saciando sua sede!” Eu queria ir bem profundo e não aceitava nada sem que fizesse muitas e muitas perguntas. Eu era “Ladaka” em humor de lutador e era conhecido por ter fortes argumentos filosóficos. Abhay Prabhu gostava disso e, apreciava esta qualidade em mim.             Nosso Gurudeva e Abhay Prabhu eram muito lógicos e, pela lógica eles fortemente explicavam tudo.     Eu não sabia quais tópicos especiais o Swami discutia com meu Gurudeva porque eu não ficava no quarto quando eles conversavam juntos.       Alguns discípulos de Bhaktissidanta não podiam falar sobre as gopis e outros tópicos. Naquele tempo, Srila Janardana Maharaja, eu e meu Gurudev éramos exceção, pois discutíamos sobre temas de alto nível, mas não com todos. Swami (Abhay Prabhu) e eu tínhamos muitas conversas intimas juntos sobre a Consciência de Krsna e outros tópicos que não posso revelar.Abhay (Srila Prabhupada), era um expert em cozinhar deliciosos alimentos...muito deliciosos! Ele e eu cozinhávamos e oferecíamos muitas preparações. Ocasionalmente, quando ele recebia algum dinheiro, ele sempre oferecia sucos de manga para as deidades e, em seguida, ele distribuía aquela opulenta prasada a todos os brahmacaris. Ele sempre usava gui puro para cozinhar e, sempre declarava que todos os Gaudiya Vaisnavas precisavam ser expert´s em cozinhar para Krsna.Durante muitos meses Abhay ficou na Kesavaji Gaudiya Math e nós dois fazíamos arati juntos toda noite. Ele sempre tocava muito bem a mrdanga e eu tocava karatalas e cantava. Ele gostava muito do meu canto e sempre me requisitava para liderar kirtanas. Então uma vez alguém perguntou: “Por que o Swamij não canta também?” e eu expliquei que algumas vezes ele canta mas na maioria das vezes ele fica tão imerso em sentimentos transcendentais que prefere não cantar. Eu adorava os seus cantos com canções como Gauranga bolite habe ou Vande Rupa Sanatanam.

 

 

ACEITANDO SANNYASA

 

 

 

         Em 1959, nós conversávamos e ele disse: “Quando eu conheci Srila Bhaktissidanta e, quando ele me deu iniciação ele disse que eu precisava pregar nos países ocidentais em língua inglesa. Ele me disse isto há 20 anos atrás em Calcutá.

Abhay Prabhu e meu Gurudev eram bons amigos e eles tinham vivido e servido juntos. Eles eram pessoas muito eruditas e intelectuais, de família muito elevadas. Em Calcutá, Srila Sridhar Maharaja também tinha recomendado a ele que se aproximasse do meu Gurudev. Então eu o encorajei a tomar sannyassa agora de Gurudev e ele podia ir pregar nos países ocidentais. “Nós tentaremos ajudar você !” Eu disse a ele. Então Prabhu explicou: “ Depois que Srila Bhaktissidanta  me deu iniciação eu li um sloka do Bhagavatam (10.88.8). “Se eu especialmente favoreço alguém, eu gradualmente lhe tiro a riqueza. Seus familiares e amigos o abandonarão. Krisna sempre olha para aqueles que tomam refúgio e faz dele um mendicante.” Quando eu li isto eu fiquei com medo, mas, eu nunca parei de cantar, lembrar, e fazer serviço devocional. Isto foi à causa de minha falência. Apesar de tentar me prevenir tudo o que ganhei foi perdido. Ele era o gerente da Bengal Chemicals, mas teve alguns problemas. Abhay Prabhu veio para Allahabad e gerenciou uma grande loja, mas, depois de algum tempo novamente veio a ter problemas. Krsna não o ajudou em seus negócios. Uma vez Abhay disse: “Eu tentei, mas, o que eu temia agora caiu sobre minha cabeça e agora vejo que não tenho jeito para essas coisas.” Então repliquei: “ Não tente mais! Você não é pessoa para se associar com gente de negócios. Krsna e seu Gurudev querem você para pregar nos países ocidentais. Você tem um trabalho muito importante para fazer! Você é qualificado! E estaremos juntos nessa.”  Quando meu Gurudev chegou de Navadvip eu disse a ele: “Abhay Prabhu é nosso amigo e ele pode lhe obedecer porque é mais velho.” Nessa época Gurudev era sannyassi e Abhay era um grhasta. E quando disse a ele que abhay estava conosco, ele me disse: “ Ele é meu íntimo amigo e você precisa mostrar todo respeito a ele e, facilitar tudo para ele.            Eu havia conhecido Abhay Prabhu em 1947, quando realizei o quanto ele era qualificado. Srila Sridhar Maharaja e meu Gurudeva sempre mostravam muito respeito a ele, mesmo ele sendo um grhasta. Nessa hora, coloquei pressão em meu Gurudeva para fazê-lo tomar sannyassa. Então, guruji ligou para ele e disse: “Narayana Maharaja e todos os outros estão o encorajando a tomar sannyassa! Eu também apoio essa idéia.   Não hesite a ordem renunciada, você é muito qualificado. Por favor, tome sannyassa agora, isto vai ser benéfico.”           Abhay Prabhu aceitou e, a cerimônia seria no dia seguinte. Aquele dia era o auspicioso Visvarupa Mahotsava. Prabhu perguntou: “Como eu me preparo?” Então eu lhe disse: ‘ Não se preocupe, eu já arranjei tudo!” Então ,eu preparei um dhoti e uma danda com minhas próprias mãos e lhe disse como usar e começamos com o fogo, yajna (cerimônia).  Krsna Das Babaji Maharaj veio para a cerimônia e, Sesasayi Brahmacari, Kunja Bihari Brahmacari e Parijataka Maharaj também vieram.  Agora, esses devotos já partiram e, Sanatana Prabhu também tomou sannyasa junto com o Swamij (Abhay Prabhu). Sanatana veio a se chamar Bhaktivedanta Muni Maharaja. Ele já tinha 90 anos. Eu recitei os yajna mantras e fiz a cerimônia. Krsna Das Babaji cantou o Maha Mantra de 08:00 horas da manhã até as 15:00 horas da tarde muito docemente. Swami requisitou que só se cantasse o Maha Mantra. Assim meu Gurudeva, Kesava Maharaj lhe deu o sannyasa mantra.  O nome espiritual que Bhaktiprajnana Kesava Maharaja lhe deu foi “Swami.” E isto significa que ele é controlador e mestre. Nós os chamamos de Swamiji não como todos acham e, sim porque ele era muito querido e respeitado.        Posteriormente o título de Bhaktivedanta foi dado ao então Swami, numa mesma assembléia em Calcutá e Maharaj é o nome formal de quem aceita a ordem de vida renunciada.           Depois da cerimônia, Gurudev requisitou Srila Bhaktivedanta Swami Maharaja para falar. Então, ele falou em inglês, sabendo que muitos não o compreenderiam. Ele explicou que na hora ele lembrou de seu Gurudev e de sua ordem específica de ir pregar no ocidente em língua inglesa. Ele disse: “Eu me sinto afortunado de aceitar sannyassa de meu irmão espiritual Srila Bhaktiprajnana Kesava Maharaja.” Eu o conheço a longo tempo e ele é meu amigo íntimo. Ele é um discípulo muito qualificado de nosso Jagad Guru Srila Prabhupada Thakuraji. Ele me inspirou juntamente com Narayana Maharaja a tomar sannyasa.”            “Agora, estou orando à Krsna, a Gurudev e vaisnavas para me darem o poder para pregar esta missão por todo o mundo.”

 

         Foi um privilégio para todos nós participar desta sua cerimônia,  Krsna Das Babaji Maharaj  ficou tres dias no quarto do Swami após a cerimonia. Eles eram muito próximos! O Swami estava escrevendo o seu livro “Fácil Viagem a Outros Planetas” em seu quarto aqui em Mathura.

 Os três volumes de seu Bhagavatam não estavam impressos, então aqui na Kesavaji Math ele continuou escrevendo e editando. Ele também estava escrevendo “De Volta ao Supremo” e outros livros.    Alguns não consideram a aceitação de sannyassa muito valiosa ou muito importante. Atualmente, isto é muito importante.  Acho que se o Swami não tivesse aceitado sannyassa talvez não tivesse feito o que fez no ocidente.  Ele explicou em seus livros que era importante aceitar esta ordem renunciada para pregar. Na Índia todos honram os sannyassis. Em sannyassa, perde-se coisas, mas ganha-se muito mais. Como é explicado no Srimad Bhagavatam: “ O sannyassi pensa – eu apenas amo a Krsna e Radha e não conheço nada além disto.” O sannyassa Mantra é de muita ajuda para obter Krsna Prema como Srila Rupa Goswami, Srila Raghunath Goswami e todos os outros Goswamis. Não pense que isto é um pequeno ponto.

 

 

NO RADHA DAMODAR MANDIR

 

        

         Nós somos irmãos espirituais em relação à sannyassa, porém, eu tomei sannyassa em 1954 e ele em 1959. Eu sempre o considerei meu superior e sempre o prestei respeitos como o meu Siksa Guru. Mas o Swamij nunca me tratou como um discípulo, sempre como um bom amigo.

 Ele me deu o mesmo assento que ele mesmo usava enquanto cantávamos, lembrávamos, e fazíamos kirtanas. Ele enrolava os chapatis e eu os botava no fogo e, nós os oferecíamos . Nós sentávamos na mesma cama juntos. Uma vez, eu vim visitá-lo e dei a ele um cobertor porque ele não tinha nada para por em sua cama. Lá ele fazia seu Bhajana, intensa austeridade naquele sagrado local. Eu me sinto afortunado de ter tido sua associação no Radha Damodara Templo. Como sempre, eu o visitava e oferecia minha assistência. Naqueles dias eu estava editando a Bhagavata Patrika porque eu não tinha muito tempo. Nós costumávamos nos associar lá , em seu pequeno lugar de bhajana. Nós sempre fazíamos o Parikrama (peregrinação) nos templos e andávamos e oferecíamos os respeitos aos Samadhis de Srila Jiva Goswami, Srila Krsna Das Kaviraja Goswami e especialmente à Srila Rupa Goswami.           Desde o começo ele tinha forte determinação para ir ao ocidente. Guardou esta idéia por muito tempo e, logo que recebeu a missão de Srila Bhaktissidanta, antes mesmo de tomar sannyassa, com grande determinação ele compilava os escritos em inglês exclusivamente para este propósito. Ele não tinha nenhum dinheiro, mas, ele não tinha dilema sobre o que fazer. Sempre pensava quem ia fazer isto se tornar realidade e orava para Radha Damodara e aos vaisnavas para ir para lá. Ele nos disse sobre o especial incidente no qual o seu Gurudev e Rupa e Jiva Goswamij estavam o encorajando internamente e o direcionando para executar sua missão.

 

 

PREPARAÇÃO E PARTIDA

PARA A AMÉRICA

 

 

         Srila Swami Maharaj (Srila Prabhupada)  esperou um tempo considerável em Delli antes de ir para a América. Isto foi quando ele estava imprimindo e distribuindo seus livros. Ele tinha publicado três volumes do Srimad Bhagavatam. Eu também fui para Delli ficar com ele em seu quarto no Orippwada Radha Krsna Temple. Ele  pregou vigorosamente em Delli, sempre queria pregar para o público, qualquer pessoa que viesse até ele, lhe falava sobre Radha Krsna e a missão de Sri Caitanya Mahaprabhu.     Quando  ele estava na América, ele me escrevia e me encorajava  para continuar o seu trabalho de pregação para as pessoas que ele havia cultivado lá. Quando o Swami estava se preparando para ir a América ele me contava todos os seus planos de viagem. Ele me disse como conseguiu uma passagem grátis que o levaria pelo Atlântico até Boston. Ele acreditava muito na sua estratégia de pregação. Ele queria montar um instituto vaishnava e um dormitório em cada país do Ocidente. Sempre me perguntava se eu queria o acompanhar e, dizia a ele que eu não podia ir sem a autorização do meu Gurudev, quem tinha me ordenado pessoalmente para administrar o templo em Mathura. Um dia ele me anunciou: “Agora chegou à hora e eu estou indo!”...e, então, partiu do Porto de Calcutá e foi visitar Mayapura também. Eu vim e disse a Deus e, peguei a poeira de seus pés e coloquei em minha cabeça.      Antes ele havia me pedido para manter contato com ele regularmente, o que eu fiz. Nós nos escrevemos durante todos os anos. Um pouco destas cartas foi impresso num panfleto: “Palavras de Srila Prabhupada da América.” Infelizmente a maior parte destas cartas foi perdida e não tem  como recupera-las. Depois, ele me escreveu para lhe mandar os seus livros, que estavam em seu quarto em Mathura, estavam em seu quarto, bastante empoeirados e eu passei o dia todo os limpando e colocando-os em uma caixa. Eu mandei os livros de navio para New York. Quando visitei seus quartos na cidade de Los Angeles, eu toquei neste mesmos livros que eu havia mandado. Eu estava tentando ajuda-lo, ou seja, fazer tudo o que ele havia me pedido em suas cartas.

 

 

RETORNO À ÍNDIA

 

 

         Quando Srila Prabhupada Swami voltou à Índia em 1967, eu o recebi no aeroporto de Delli, ele havia me instruído para ir em um telegrama. Ele me contou coisas bonitas acontecidas e detalhes de sua pregação na América e, o quanto milagroso foi o resultado. Humildemente ele me disse que tudo foi devido à misericórdia de seu gurudeva  e do desejo de Sri Caitanya Mahaprabhu e de seus associados. Uma coisa especial que ele  me disse foi como ele cantou pela primeira vez o Maha Mantra Hare Krsna no Tompkins Square Park, Nova York, disse que cantou por muitas horas. E que, mantinha os olhos fechados, dependendo apenas e completamente da misericórdia divina. Nós ficamos por sete dias no Radha Krsna Temple, Delli. E porque o Swami às vezes não se sentia bem ele me mandava junto com Kirtananda Das para representá-lo em  sua pregação. Ele estava sempre nos encorajando para pregar fortemente. Depois de algumas semanas chegou outro discípulo, Acyutananda Das, veio para ficar em Vrndavana, porque ele era discípulo de Swamij eu sentava junto com ele e honrava sua prasada. Todos os Goswamis de casta e a maioria de seus irmãos espirituais nunca tomavam qualquer prasadam nem água que eles lhe ofereciam. A  razão disto é que eles eram ocidentais e já haviam comido carne. Eu fui contra esta política e encorajei outros a aceita-los. Eu expliquei como a pregação do Swami era completamente autorizada e estava na linha de Guru Varga. Eu acho que hoje a maioria dos vaishnavas indianos tem aceitado isto. Em 1967, também ele veio visitar o meu Gurudev, seu sannyassa guru, Bhaktiprajanana Kesava Goswami Maharaja. Naquela hora meu Gurudeva estava com a saúde fraca e estava confinado em sua cama em Chincura, perto de Calcutá. E lá ele teve uma visita confidencial.      Kesava Maharaja o parabenizou pelo serviço prestado a seu Guruji e expressou sua apreciação pela cooperação com o trabalho de pregação feito por Srila Prabhupada Swami. Em seguida, também falaram sobre como arranjar doação para o futuro templo de Mayapura com a ajuda de Gurudev. Srila Trivikrama Maharaja e Vamana Maharaj estavam presentes lá.          Depois, em 1968, nosso Gurudeva partiu deste mundo. Swami mandou-nos uma carta de condolências.       Em Seatle e Washington, ele falou sobre nosso Guruji e, descreveu a história da aceitação de sannyassa dele. Ele me requisitou: “Por favor, mande-me uma foto de nosso Gurudev, kesava Maharaja, e então colocarei num porta retrato junto com a nossa sucessão discipular.” Porém, não conseguimos mandar para ele na época, mas, eu sei que se mandássemos ele tinha feito isso.

 

 

 

 

PREGANDO NA ÍNDIA

 

 

         Em 1969, Swami Maharaja veio novamente para Navadvipa e ficou uma ou duas semanas na nossa Devananda Gaudiya Math com um grande números de discípulos. Nikunja Brahmacari e outros ajudaram a todos dando acomodações, prasada, mosquiteiro e outros.

Swami estava olhando para Mayapur. Ele queria construir um ashram e um templo lá, perto do samadhi de Srila Bhaktissidanta. Era época de chuva e tudo ali estava inundado e, mesmo assim, o Swami foi para o outro lado do rio Ganges para arranjar tudo.  Alguns dos seus irmãos espirituais não apoiaram a idéia, pois, eles achavam que após a partida de Swami seus discípulos iam denegrir a Cultura Védica. Mas, Narayana Maharaja partiu em defesa de Swami alegando que ele somente estava pregando a missão de seu Gurudev pelo mundo inteiro.  Os irmãos espirituais de Swami também não aceitavam o nome “Prabhupada” dado a Swami e, então também expliquei: “ Ele pode ser chamado ‘Prabhupada’ ou ‘Om Visnupad’ e, isto é aprovado pelos Sastras. Prabhupada humildemente disse: “Quando Srila Bhaktissidanta Sarasvati Thakur deixou este mundo, muitos de seus discípulos foram chamados ‘Om Visnupad’, ‘Paramahamsa’ e, eu fui chamado de Prabhupada. Meu mestre é meu Prabhu e eu sempre estou em seu ‘Pada’ ou pés. Eu apenas lembro dos pés de lótus de meu Gurudev, pois, eu estou situado lá. Se outros acham que eu estou o ofendendo, eu imploro para que me entendam. Durante os anos 1970 a 1977, eu estava andando de lá para cá, constantemente viajando e pregando na Bengala. E por causa da partida de meu Gurudev, eu estava muito ocupado dirigindo tudo na nossa Math – templo. Ele também estava bastante ocupado durante estes anos, viajando constantemente pelo mundo. E assim, ficamos um tempo sem nos encontrar. Infelizmente eu não estava presente quando ele abriu o Krsna-Balarama Temple, porque eu estava muito ocupado em Navadvipa. Meu Gurudeva tinha me ordenado para fazer certo serviço, então, eu não estava em condições para ir ao ocidente para assisti-lo na época.          Outra dificuldade era que os devotos não sabiam o inglês, especialmente para falar. Eu conheço dez ou mais devotos indianos de primeira classe, incluindo alguns de seus irmãos espirituais como Krsna Das Babaji, Dinabandhu Babaji, Ananda Prabhu de Orissa e outros, mas, eles não conheciam o inglês e, achavam difícil os ocidentais entederem suas naturezas.”  

 

 

DESAPARECIMENTO DE SRILA PRABHUPADA

 

 

 

         Nos seus últimos dias, Swamij requisitou aos devotos: “ Me levem para Govardhana, eu quero ir para lá agora. Eu não quero ir de carro e sim de palanquim, como Nanda Baba, Yasoda Mayi e como as gopis.” Eu conheço este fato, mas ele não pôde ir. Atualmente, ele vai com sua alma e seu corpo transcendental. De toda Gokula, Vrndavana é a melhor e de toda Vrndavana, Govardhana é a melhor, e de toda Govardhana, os dois olhos Radha Kunda e Syama Kunda são os melhores. Os passatempos mais doces e atrativos são lá.

Swami Prabhupada desejava ir à Govardhana, mas, Bhagavan o chamou de volta para Giriraja em Goloka Vrndavana.

 

 

 

 

VISITANDO PRABHUPADA NOS

 ÚTIMOS DIAS

 

 

         Ukhananda Prabhu vinha à Vrndavana por duas horas  dia e noite por 14 dias para massagea-lo. Nós também visitávamos o Swami e falávamos com ele. Ele, afetuosamente nos oferecia sua Maha Prasada e nós tomamos com muita satisfação. Justo no mês de Kartika, quando o nosso anual Vraja Mandala Parikrama estava para começar, Swami me chamava. Ele requisitou a seus seniores sannyassis: “ Eu quero encontrar com Narayana Naharaja.” Eles vieram de carro e falaram-me: “Srila Prabhupada quer você, por favor venha agora!” Nós estávamos fazendo o discurso para nosso Parikrama, mas, eu fui imediatamente. Quando eu cheguei no seu quarto, no Krsna-Balarama, ele estava em silêncio e, após algum tempo ele abriu os olhos e indicou com os olhos para eu chegar perto dele. Ele não estava falando, mas quando ele me viu, ficou muito feliz.         Eu ofereci reverências a ele e, quando ele me viu ele falou: “Oh! Narayana Maharaja veio!” Ele queria que eu sentasse em sua cama, tentou se levantar mas eu coloquei a mão sobre ele e disse: “ Por favor, fique ai!” Então ele mencionou para eu sentar em sua cama e disse: “ Eu quero falar com você.” E do fundo do coração ele me disse: “ Narayana Maharaja, você pode me desculpar? Para o propósito de pregação eu disse algumas coisas que não poderia ter dito. Ele havia falado fortemente sobre seus irmãos espirituais. Ele disse que nós estávamos pregando, mas outros não. Disse ainda, que toda a Gaudiya Matha não o ajudou e que eles apenas tomavam Prasada e dormiam. Em uma carta, certa vez ele me disse: “Eu estou pregando pelo mundo, mas eles não estão cooperando comigo.” Para salvar seus discípulos de distúrbios e confusão, ele algumas vezes disse a eles para não visitarem qualquer um porque alguns de seus irmãos espirituais tinham feito coisas erradas. Os seus discípulos não entenderam corretamente suas palavras. Eles não conheciam estas coisas e precisavam progredir gradualmente e serem treinados na regra de bhakti. Swamiji foi um membro da Gaudiya Math por um longo tempo e conhecia todas as regulações e Siddantas, mas não ensinou tudo devido ao curto tempo. Ele me falou: “ Se nós trabalharmos em conjunto temos boas possibilidades.” E me disse também: “ Eu quero você para ajudar minha missão e meus discípulos. Eu quero que eles se tornem bons e qualificados devotos, e se eles forem até você, por favor, cuide deles! Eles são muito jovens e não estão treinados. Então eu peço a você que após minha partida você os ajude com todo o respeito.” Considerando isto, devido ao fato de ele ser meu Siksa Guru, eu hesitei. Nisto ele pegou minhas mãos, olhou para dentro do meu olho e me perguntou se eu iria prometer ajudar e, então eu concordei dizendo: “Eu prometo!” Depois eu falei de novo: “ Quero dizer algo a vocês!” Todos se calaram. Swami pediu a todos que chegassem perto de mim e que ouvissem com seus corações o que ele tinha a dizer. E assim eu disse: “Não pensem que Swami está deixando este mundo, ele está deixando o corpo. O Guru é eterno e vocês são afortunados de terem um ótimo Guru Vaisnava. Lembrem-se sempre das suas instruções. Vocês precisam estar unidos a todos os vaisnavas. Se vocês tiverem qualquer dificuldade, como o Swami disse, podem vir até mim que eu os ajudarei do fundo do meu coração.” Eles todos me escutaram e isto está gravado em uma fita k-7.  Então, Srila Swami Maharaja moveu sua cabeça vagarosamente, olhando para seus discípulos. Nisto, ele levantou sua mão para chamar a sua atenção e disse: “ Escutem Narayana Maharaja. Não briguem com ele, eu já lhe dei todas as diretrizes.” E depois ele abaixou sua mão. Swamiji tinha me dito: “ Eu orei para que você me coloque no meu Samadhi, com sua próprias mãos. Eu não quero que ninguem além de você me coloque no meu Samadhi. Eu acho que você é a pessoa ideal!” E depois ele disse: “ Depois do Samadhi, arranje a celebração para o festival de separação. Faça isto por mim.” Enquanto isto, ele estava assumindo uma certa postura, mas os devotos não puderam entender isto. Então eu disse: “ Oh! Isto é um mudra. Um tipo de mudra e, indica que ele está dançando com Krsna. É a postura de dança.” E então eu começei a cantar Sri Rupa Manjari Pada, muito devagar. Todos choravam! Todo o quarto estava em lágrimas. Eu fui o último a se comunicar com  Srila Prabhupada.

 

 

 

SUA DIVINA PARTIDA

 

 

         Swami Prabhupada estava lembrando dos passatempos de Krsna em Vrndavana e, ele estava de olhos fechados e exibia sintomas especiais. Ele não tinha dor nem distração. Naquele momento, sua face estava muito bonita, como a flor de lótus.       Estes são sintomas de uma ótima e perfeita personalidade. Outros poderiam chorar: “Estou morrendo, eu estou morrendo...!” e sua face ficaria muito feia, mas, Swamij  e, também meu Gurudev e outros partiram tranqüilos e só diziam “krsna, Krsna...Radhe, Radhe!”

Pouco tempo após sua partida eu retornei ao Krsna-Balarama Mandir e fiz todos os arranjos, preparei seu corpo, escrevi mantras especiais e passei Tilaka em sua testa. Eu usei sal para o seu corpo e, então eu coloquei seu corpo transcendental no seu Samadhi com minhas próprias mãos.

 

 

 

EM MADHURYA RASA

 

 

 

         Srila Swami Maharaja tinha o humor da doçura conjugal e, não de amizade (sakhya-rasa). Em Madhurya Rasa estão incluídas todas as outras Rasas. Eu sei que ele escreveu em seus poemas que tinha especial afeição por Gaura-Nitai e Krsna-Balarama, eu sei, mas Swami estava certamente em Madhurya-Rasa porque o seu sanyassa Guru, meu Gurudev, deu a ele o Gopi Bhava Mantra em nossa linha de Rupa Goswami.

 

 

MEU SERVIÇO PARA COM

SRILA PRABHUPADA

 

 

 

         Muito antes de Swami ir para o Ocidente, ele me pediu várias vezes para ajudá-lo em sua pregação. Eu não pude ir porque tinha dado minha palavra para meu Guruji, que olharia a Kesavaji Gaudiya Math em Mathura , traduziria livros e pregaria em hindi.    Eu considero iguais todas as Math´s e, não faço distinção entre elas. Eu vou e quebro a barreira das instituições. Eu sei que quando um vaisnava está servindo um guru genuíno, ele sempre tentará servir a todos, fora de consideração de casta ou credo. Eu considero meu dever ajudar todos que vem até mim.  Swami estava contando que eu continuaria a servi-lo.  Uma vez, eu estava viajando de Navadvip de trem e, Acyutananda Das e outros devotos de Swamiji estavam no mesmo compartimento, um gentil indiano perguntou à Acyutananda: “Quem é você? Você é um Gaudiya Vaisnava?” e ele replicou: “ Não, nós somos da ISKCON. Somos discípulos de Srila Prabhupada. Nós não nos conectamos com outros Gaudiya Vaishnavas.”  Ouvindo isto, eu disse: “ Eu sei que Swami não os instruiu para falar isto, às vezes, vocês não entendem corretamente. Se você declara isto, você está sendo como um kuputra, um filho desobediente, que não é um filho real de seu pai.” Eu disse às pessoas que estavam perguntando, que o guru deles era um exaltado discípulo de Bhaktissidanta Sarasvati Thakura e, que ele tinha tomado sannyassa de meu guru, Srila Bhatiprajnana Kesava Maharaja. Eu expliquei que eles eram diferentes frutos da mesma árvore, da Gaudiya Vaishnava Parampara.

Alguns discípulos do Swami não entendem o Siddhanta. Eu sempre declaro a todos em nossa Matha que nunca sejam sectários. Srila Swami Maharaja me ordenou que ajudasse seus devotos. Eu estou obedecendo, apenas estou ensinando o que é Pure Bhakti na linha de Rupa Goswami. Minha porta está sempre aberta a todos. Minha intenção de ajudar é para eu estabelecer um bonito templo em seus corações.

 

         Eu ofereço  minhas reverências aos pés de lótus de Srila Bhaktivedanta Swami Maharaja do fundo do meu coração.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Tradução – Baladeva Das Brahmacari

 

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AS TRÊS GRANDES ONDAS DE SRI CAITANYA MAHAPRABHU NO BRASIL

(História do Movimento Hare Krsna no Brasil - por Vyasa Dasa)

Relato Histórico do Inicio do Vaisnavismo no Brasil em 1973, com A.C. Bhktivendanta Swami Prabhupada, e os demais momentos importantes que se seguiram com a continuidade evolutiva do Estabelecimento de Grandes Acaryas Vaisnavas, sendo Srila Sridhara Maharaja a partir de 1.980 e atualmente Srila Narayana Maharaja.

 

 

 

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