Sucessão Discipular de Srila Prabhupada que tem conexões no Brasil 

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Guardiões da Devoção

O Início do Trabalho de Srila Prabhupada no Brasil

Por Vyasa Dasa

 

  ÍNDICE -

MARÇO DE 1973

1973 - CONTINUAÇÃO

1974

1974 - CONTINUAÇÃO

Chegada da Iskcon

Chegada da Iskcon cont.      

 

TEMPLO BUTANTA

TEMPLO AEROPORTO

 

 

 

 

     

MARÇO DE 1973

 

BREVE INTRODUÇÃO E ESCLARECIMENTOS INICIAIS

 

Alguns amigos têm me perguntado sobre o inicio, AQUI NO BRASIL, do movimento para Consciência de Krsna, ou como é conhecido mundialmente "MOVIMENTO HARE KRSNA",  do qual participei ativamente. E, seja em homenagem a verdade, seja por razões de foro intimo, seja por já estar com  com 47 anos de idade, estou inclinado a começar a fazer algumas anotações visando preservar e registrar a história do que ocorreu realmente, muito embora não possa negar que o faço também para inibir que alguns personagens pretensiosos venham por ai inventando fatos para atender as suas necessidades de auto afirmação e conveniências.

Estou começando a fazer este trabalho, mas não tenho pressa não e ainda me reservo o direito de revisar este relato sempre que entender apropriado para estabelecer de forma mais clara a verdade dos fatos, mesmo porque vamos ter que lembrar de fatos que aconteceram a 32 anos atrás, e apesar de ter sido muito importante para minha vida, porque vivenciei cada um deles, existem fatos muito íntimos, que estou avaliando se devem ou não serem comentados.

Sei que não sou Juiz dos Fatos, e não vale a pena lembrar de ocorrências que podem ser vistas hoje em dia como fatos desagradáveis e até "ofensas", o que seria improdutivo e ruim para vida espiritual de todos. Entretanto é meu propósito não me abster de relatar a mais pura verdade, e de certa forma documenta-la para a posteridade, ainda que algumas vezes tenha que ceder meus olhos ao leitor, passando minhas impressões pessoais,  no que pese a certeza de que os interessados nesses tópicos de coração aberto, saberão apreciar corretamente a narrativa livre de  preconceitos .

Inicialmente esclareço que pessoalmente não estou ligado direta ou indiretamente a nenhuma instituição Vaisnava, muito embora respeite a todas, na justa medida do possível.  Freqüento, timidamente o templo estabelecido por  Narayana Maharaja em são Paulo, perto de onde atualmente resido com minha família. Não me sinto à-vontade no templo da Iskcon, onde, quando identificado, sempre sou tratado com muitas reservas.

Profissionalmente sou advogado militante, atividade profissional que já exerço a mais de vinte anos e com a qual mantenho financeiramente minha família. Pratico com regularidade meu sadhana, cantando 16 voltas de japas cantando o Maha Mantra Hare Krsna e tenente as ofensas que devem ser evitadas no Cantar dos Santos Nomes e sim, é claro, continuo seguindo os princípios que me foram ensinados por Srila Prabhupada, o que faço por pura misericórdia.

Tenho intenso desejo de manter amizade com todos os devotos procurando manter o coração aberto para sempre aprender com cada um deles, sei que, como um ser humano estou sempre propenso a cometer erros, mas deixo desde logo claro que, no relato que estou me propondo espontaneamente a fazer, não tenho intenção de ser partidário ou tendencioso para algum grupo em particular e desde já peço desculpas se algumas lembranças forem particularmente desagradáveis para uns, mas entendo oportuno esclarecer que, meu principal propósito é simplesmente relatar fatos, posto que tanto a mentira como a meia verdade levam ao engano, e ninguém gosta de ser conscientemente enganado, embora seja melhor ser o enganado que o enganador, conforme preceitua Srila Sridhar Maharaja. Peço desculpas aos kalicelas de plantão, mas todos tem direito de saber a verdade.

Não tenho pretensões materiais ou financeiras com esse esforço e desde já autorizo a quem quiser utilizar parte ou todo o texto abaixo, desde que, nos termos da Lei de Direitos Autorais seja citada a fonte e não haja inversão maliciosa das palavras.

Presto minhas mais respeitosas reverências a meu amado Mestre Espiritual - Srila Prabhupada, desejando que me de as bênçãos necessárias para manter a minha imparcialidade e respeito honesto e despretensioso a todos os Vaisnavas.  Minhas reverências a Srila Sridhar Maharaja, meu Siksa Guru, de quem aprendi, em complementação a orientação de Srila Prabhupada que devemos sempre perseguir o caminho do Coração, ansiando por Misericórdia sem Causa, posto que no campo da Justiça nenhum de nós sairíamos totalmente ilesos e em decorrência teríamos pouca chance de manter nossa fé, a única coisa que nos acompanhará em todos os momentos.

Muito embora não precise de licença formal de ninguém para relatar os fatos históricos que me proponho, presto minhas humildes reverências também a cada um dos citados e lembro que o último propósito de nossas vidas está em servir aos desígnios da Suprema Personalidade de Deus.

JAYA SRILA PRABHUPADA

A fonte primordial de todos os nossos atos foi, é, e sempre será, "Jagad Guru" A.C. Bhaktivedanta Swami Prabhupada, ou simplesmente como seus discípulos o chamam "Srila Prabhupada".

Srila Prabhupada chegou no ocidente aos 70 anos de idade, no ano de1964 do calendário solar Cristão Gregoriano. Aportou nos Estados Unidos, depois de uma longa preparação no templo de Radha Damodara no Dhama Sagrado de Vrindavana - pequena cidade perto de Nova Delhi na Índia,  e depois de uma viagem de navio, em razão de sua pureza de propósitos, que era seguir as ordens de seu mestre espiritual, e após aceitar o que era favorável para todos,  estabeleceu muitos templos e criou uma Sociedade que passou a ser dirigida por seus discípulos.

Assim a maioria dos seus discípulos passaram a ser ligados a Sociedade Internacional para Consciência de Krsna ou simplesmente ISKCON, mas curiosamente, mesmo com a presença física do Mestre no Planeta, nem  todos os seus discípulos  se sentiam encorajados com os propósitos institucionais desta Sociedade e curiosamente o MOVIMENTO PARA CONSCIÊNCIA DE KRSNA no Brasil começou  justamente um com um desses discípulos que não se sentia atraído pelos "modus operandi" da Iskcon.

  MARÇO DE 1973

O fato é que, mesmo tendo minimizado esse detalhe, ao contrário do que todos pensam, o primeiro discípulo de Srila Prabhupada que esteve no Brasil e que começou a fazer um trabalho efetivo foi Siddhaswarupananda do Hawai.

Siddhaswarupananda, que até hoje mantém seu programa regular,  não participava da Iskcon, muito ao contrário (http://xeniux.blogdrive.com/ - veja o texto "BEYOND SECTARIANISM AND RELIGIOUS FANATICISM").

 Porque enfatizamos isso? por que é nosso desejo esclarecer que, no nosso humilde entendimento advindo da orientação de Nossos Guardiões, a Consciência de Krsna é um trabalho interno de cada um, e as instituições são meros instrumentos que visam facilitar a vida espiritual, mas que, são DESCARTÁVEIS. É essencial que haja verdadeira Consciência de Krsna para que a Sociedade seja considerada o corpo de Srila Prabhupada, ou seja o corpo deve ser habitado pela essência e pureza para ter vida.

Este Devoto chegou no Rio de Janeiro por volta de março de 1973, se sentou na praça General Osório, conhecida com Praça Hippie e começou a cantar os Santos Nomes do Senhor. Dizem que na mesma época, ou por volta da mesma época, Hrdayananda M., esteve também no Brasil, mas o que se sabe é que ficou hospedado num dos Hotéis da Orla, e teve problemas de ordem pessoal, que preferimos aqui não relatar, indo em seguida embora.

Siddhaswarupananda conquistou o coração de um pequeno grupo de pessoas e em seguida trouxe três devotos para o Brasil. O então Bhakta Russel, Brisna e Druvanada, pai do devotinho Karnapur e sua esposa Tulasi. Brisna foi para a cidade de São Paulo, onde começou a desenvolver seu trabalho.  Druvananda foi para cidade de Salvador, onde fez o mesmo. Desconhecemos quais foram os resultados de tais trabalhos, sabemos que desde então alguns poucos devotos vieram a se conectar ao trabalho iniciado no Rio, (entre eles Prabhu Bhamaka, Prabhu Yagni que eram de Recife e outros devotos de Salvador que vieram a aderir oficialmente o movimento em 1974/1975 em São Paulo, quando então já se estava estabelecendo a Iskcon do Brasil).

Bhakta Russel ficou no Rio, onde abriu um templo em Santa Tereza.

Desta forma, o Primeiro Templo no Brasil do Trabalho de A.C. Bhaktivedhanta Swami Prabhupada, foi na cidade do Rio de Janeiro e oficialmente era dirigido por um Bhakta que tinha pouca noção de adoração de deidades, tanto que colocávamos um prato com frutas  e um copo de leite morno na frente de um pôster de Radha e Krsna e a devota, com um incenso na mão, ficava dançando sob o entoar dos mantras de oferecimento, no quente ritmo do atabaque e guitarra.

        continua........

(Veja breve Biografia de Siddhaswarupananda)

18/11/05  

REVISÃO ESTÉTICA EM  20/01/06  

TEXTO RECOMENDADO -

CASTIDADE A SRILA PRABHUPADA

  

                     

 

 

1974

 

 

Naquele tempo, os devotos costumavam explicar o que era o movimento Hare Krsna usando as fotos do Bhagavad Gita de Srila Prabhupada.

 

Os visitantes sentavam com o devoto e as fotos eram mostradas, uma a uma, e era explicado o seu significado, começando pelo mestre espiritual, parampara, lembrando sucintamente cada história que as fotos envolviam.

Nada muito filosófico, mas claro e eficiente, quantas vezes me socorri da lembrança do pássaro que depositou seus ovos na areia da praia.

Aquela do pássaro que teve seus ovos tomados pelo oceano e ao solicitar de volta não aceitou a recusa, ameaçando-o esvazia-lo.

Pois é, o Oceano, fazendo pouco caso daquele pequeno pássaro, deu risada diante das ameaças, sabendo que as mesmas seriam inexeqüíveis.

Mas o pássaro não se  intimidou não, e iniciou seu esforço indo até a beira do oceano e enchendo seu biquinho de água dirigiu-se para longe da margem, cavou um buraquinho e ali depositou aquela pequena porção de água que recolherá.

Não se sabe quantas vezes aquele pássaro repetiu a mesma operação, mas sua atitude firme e determinada, logo chamou a atenção do Grande Pássaro Garuda, carregador do Sr. Vishnu, que comovido com aquele esforço, interferiu na relação do Oceano com o pequeno pássaro e reforçou a ameaça feita ao Grande Oceano, que, apesar de muito amplo e forte era conhecedor do poder de Garuda, e, imediatamente devolveu os ovos daquele pequeno e frágil pássaro.

Ainda hoje me lembro dessa história, que apesar de mais parecer um conto infantil, me incentivou e ainda me incentiva a ter fé na Providencia Divina, na Justiça e principalmente na Misericórdia, posto que, como o pássaro, poderemos seguir as ordens de Srila Prabhupada, ainda que não sejamos capazes de pelas nossas próprias forças alcançar tal objetivo. 

05/01/06

REVISÃO TEXTO 13/01/06

REVISÃO ESTÉTICA EM  20/01/06 

continua..........

                                   

 

 

 

Chegada da Iskcon

Naqueles dias, não havia imposição, uns buscavam a associação dos outros espontaneamente. Mantínhamos certo sadhana e seguíamos os princípios porque desejávamos, inexistia cobranças.

Nada tínhamos além da nossa Japa e alguns poucos livros. Ao contrário de qualquer cidade da Índia, em que se tem um templo em cada esquina, na cidade do Rio de Janeiro nada era favorável, muito ao contrário, nosso único conforto eram nossas lembranças e eventual associação. Ante tantas dificuldades que experimentávamos,  a manutenção do Nosso Serviço Devocional era quase uma teimosia, que ia além de entendimentos lógicos.

Nós, nascidos dentro de um país de total predominância cultural judaico cristã, onde comer carne, beber cerveja e torcer por futebol é quase obrigatório, e a própria religião imposta admiti tais hábitos, tentar praticar o Vaisnavismo era uma espécie de loucura e não se sabe até hoje de onde vieram as forças invisíveis que permitiram que alguns poucos continuassem mantendo seus ideais. Mas o certo é que, somente em razão deles, a Iskcon pode ser estabelecida nos moldes mais arrojados.

O momento histórico em si era conturbado, o Brasil sofria com a ditadura militar, (não que algum de nós tenha sofrido com tal situação), temos entretanto de reconhecer que havia no mundo um intenso questionamento acerca dos valores estabelecidos, homens deixavam crescer seus cabelos, mulheres queimavam seu sutiãs nas ruas, os jovens estavam intensamente atraídos pelas drogas.

As palavras de Srila Prabhupada, apesar de extraídas de contexto completamente diferente da cultura judaica cristã, apontava para a paz na contra mão dos hábitos que estavam surgindo como num grito de revolta entre os jovens.

A Verdade é que aquelas pessoas que estavam ali eram a Vanguarda da Consciência de Krsna, e embora não tivéssemos a associação direta do Guru, para nós só importava a Bandeira de Sri Caitanya Mahaprabhu. Sou consciente de que hoje esses devotos são desconsiderados e chamados de dinossauros, mas não podemos ignorar que, em parte, muitos dos que estão hoje na Consciência de Krsna, só estão por que em algum momento do passado, esses embriões de devotos acreditarão no ideal Vaisnava e se prepararam para leva-lo o resto da Vida, e foi ai que Iskcon surgiu no Brasil.

Só lamento que tantos amigos tenham se ido. Importante lembrar também, que apesar de só poder falar por mim, sei que meus amigos e irmãos dessa época jamais pleitearam ou pleitearão qualquer tipo de respeito especial, mesmo porque sabemos que fomos apenas e simplesmente meros  instrumentos nas mãos do Supremo, mas agradeço a Srila Prabhupada cada minuto daquela experiência mágica que tivemos a chance de experimentar. Essa lembranças serão só nossas.

Os devotos continuavam se reunir regularmente, cada um se virava como podia e de vez em quando fazíamos festivais na Quinta da Boa Vista, onde era distribuída prasada.

Mas o fato é que transcorrido algum tempo, começava ocorrer uma divisão entre os pouco devotos que permaneciam se associando. Um grupo gostava de cantar sentados, como bhajam, outro grupo gostava de cantar dançando. Começava também haver uma certa disputa em relação aos devotos e devotas com formação de casais que afastava um ou outro.

Sentíamos que começava haver um distanciamento cada vez maior entre os devotos, até que um dia, Pedro Paulo me liga, e com certo receio me avisa que devotos da Iskcon  tinham acabado de chegar no Rio de Janeiro e que não tendo para onde ir, foram parar na casa dele.

Confidencialmente, Pedro Paulo, tinha dúvidas se devia recebe-los, afinal eles eram da Iskcon e sempre ouvíamos informações muito desfavorável sobre essa parte do movimento.

Imediatamente fui até a casa de Pedro Paulo, que naquela época morava com os páis na Urca. Chegando lá, tomei um susto, vendo aqueles devotos vestidos a caráter. Mahavira Dasa e Lokabhandu, impecáveis em seus dotis e curta, com uma bela tilaka estampada e japa não mão, de um lado para o outro com trejeitos engraçados.

Figuras absolutamente estranhas ao nosso limitado conhecimento de então sobre os devotos. (o doti só era usado dentro do templo de Santa Tereza - mas esses devotos vestiam-se com roupas de Devotos o tempo todo).

Pessoalmente vi naqueles devotos uma nova chance e não pensei duas vezes - AGARREI.  Outros devotos,  entretanto,  não fizeram imediatamente e alguns nunca aceitaram plenamente. (Idiossincrasia do Destino).

06/01/06

REVISADO EM 08/01/06

REVISÃO ESTÉTICA EM  20/01/06 

 

continua..........

                                   

 

 

 

TEMPLO AFRÂNIO PEIXOTO - BUTANTÃ/SP

Foi surpreendente, Mahavira e LokaBanbhu pegaram o carro velho do Cláudio Prabhu Catur Murti, uma variant cor de abóbora,  e acompanhados do próprio,  Lucio Valera (Loka Saksi) e Jorge (Jagad Bharata) se dirigiram para São Paulo para estabelecer um templo. Tínhamos ficado associados por quase um mês na casa da Mãe do Prabhu Catur Murti, perto da praça General Osório, no Rio de Janeiro.

Maio de 1974, lembro bem porque na época com 15 anos de idade, esperei ansiosamente pelas férias escolares de julho para ir de encontro aos meus queridos amigos.

Soubemos depois que chegaram em São Paulo e praticamente acamparam nos prédios em Construção da USP.

Alguns dias depois, conseguiram alugar uma casa na Rua Afrânio Peixoto e começaram a fazer programas diários, nos, que tínhamos ficado no Rio,  nenhuma notícia recebíamos. Nenhum Contato.

Quando chegou Julho, resolvemos ir a São Paulo, nos juntarmos aos devotos. Prabhu Virocana e Bhakta Carlos, primo de Romen, e eu pegamos um ônibus a noite na Rodoviária do Rio e quando amanheceu estávamos chegando em São Paulo, Na época a Rodoviária era na Luz. Não tínhamos, então, qualquer pista de onde estavam nossos amigos devotos. Bhakta Carlos sugeriu que fossemos procurar um devoto da época do Brsna. Segundo ele, Bhakta Carlos, esse devoto morava perto Jóquei, que ficava perto do Morumbi. Só tínhamos o telefone dele.

Pegamos um táxi, subimos a consolação, descemos a Rebouças e quando íamos tomar a direção do Jóquei, o motorista entrou por equívoco na Rua Afrânio Peixoto e ao seguirmos por ela, qual foi nossa surpressa em encontrar andando pela Rua, Prabhu Jagad Bharata e Loka Saksi, que justamente naquele momento tinham saído do Templo para ir telefonar.

Milagre! Milagre! - era ação direta do Caita Guru. Pare o Carro Sr. Motorista.

Até hoje não se consegue explicar o encontro, tínhamos achado os devotos, pela Graça de Srila Prabhupada.

Os devotos, já então de cabeças raspadas, usavam doti e curta.

Passado aquele momento mágico de êxtase, fomos levados para o Templo, onde nos foi gentilmente servida prasada. Leite quente com banana amassada e Halava - néctar. Pura Misericórdia - um exemplo do que era aquele momento em Srila Prabhupada ainda estava fisicamente no planeta. Pura Mágica.

Com 15 anos, era a primeira vez que tinha saído do Estado do Rio de Janeiro, e apesar de saber que logo teria que voltar para retomar meus estudos não pensava em mais nada além de servir meu Gurudeva.

O primeiro problema surgiu quando nos demos conta de que tínhamos que fazer sankirtana. O templo precisava ser mantido, o aluguel tinha que ser pago, o programa de domingo tinha que ter bhoga.

Na época não existiam livros. Mahavira Prabhu pegou umas latinhas, cobriu-as com fotos devocionais e ai fomos para Rua. O Mantra era bem diferente em relação aos dias de hoje.

Mendigávamos o dia inteiro, na época as pessoas estranhavam nossas roupas, eu, de doti e curta, não tinha ainda raspado a Cabeça, afinal aquela era, teoricamente as minhas férias de Julho.

Era muito difícil conseguir alguns poucos centavos, apesar da curiosidade que despertávamos, era muito duro.

LoKa Shaksi Prabhu, não ia a Sankirtana, preferia ficar no templo fazendo faxina, logo com o tempo extra dele, Mahavira Prabhu comprou um estêncil e começou a rodar umas folhas sobre a Consciência de Krsna.  Nos primeiros dias, as folhas eram todo borradas, mal se lia alguma coisa, mas era melhor que mendigar, sem nada oferecer em troca.

Houve um momento em que passamos a fazer Sankirtana com incenso, até que saiu a primeira revistinha de Volta ao Supremo com o Titulo "Atato Brahma Jijnasa" com uma foto do Sr. Brhama na flor de lótus e a indagação "Brasil chegou o momento de indagar sobre a auto realização"? (típico do Mahavira Prabhu).

Já então tinha abandonado a Escola, era mês de outubro, e meus pais vieram a São Paulo me buscar. Tive ainda tempo de ver o primeiro livro de Srila Prabhupada publicado em Português, "Além do Nascimento e da Morte".

22/11/05

continua........

REVISADO EM 27/12/05

                                     

O PRIMEIRO TEMPLO DA ISKCON NO BRASIL  -  FOI EM SÃO PAULO  NA RUA AFRÂNIO PEIXOTO - BUTANTÃ

 

 

 

  TEMPLO AEROPORTO

...............

A situação era que meio desesperadora, com a saída forçada do Templo da Rua Afrânio Peixoto, a casa perto do aeroporto era bastante inadequada. Sob o barulho dos constantes e vindas dos sobrevôos dos aviões,  enfrentávamos todo mal estar de fossas cheia, falta de água e tudo mais que se espera em razão da ocupação por parte de mais de trinta pessoas de um espaço construído para uma família de classe média de no máximo 6 pessoas.

Entretanto, os programas eram mantidos, nosso animo apesar de abatido era revigorado pela expectativa da programada e esperada mudança para uma casa maior. Já então as fileiras de Srila Prabhupada tinha sido engrossada por  vários novos devotos recém chegados e que tinham conhecido o templo no Butantã, entre eles lembro de Achala Prabhu, Kuladeva Prabhu, Bhakta Vamana ou Duradasa como foi iniciado,  entre muitos outros devotos e devotas, cujas faces me vem a mente, mais que fogem seus nomes.

Nesse tempo, a adoração de Goura Nitai, que tinha sido iniciado no templo do Butanta, era rigorosamente mantida, assim como os diferentes arotikes e Guru Puja.

Certa vez, lembro bem, durante um Guru Puja, estava abanicando a foto de  Srila Prabhupada sentado na sua Vyasa Sana, quando de repente ao erguer meus olhos, percebi que um bhakta deixava escorrer uma lagrima. O Bhakta, freqüentador do templo, ainda de cabelos cumpridos, deixava claro sua emoção por Srila Prabhupada.

Nesse tempo, novos e rigorosos padrões tinham sido estabelecidos, conforme já relatei acima, entretanto ao ver a atitude do Bhakta não pensei duas vezes em oferecer o abanico para ele. Foi um ato espontâneo e natural, e o bhakta tendo aceitado o serviço que lhe foi oferecido não pode mais conter sua emoção, passando a visivelmente chorar, revelando sem medo seus sentimentos naturais por Srila Prabhupada.

Srila Prabhupada, como também já falei acima, ainda presente fisicamente no planeta, era energeticamente percebido pelos devotos, como se estivesse presente pessoalmente.

Após tal fato, fui severamente repreendido pelos senhores da verdade, que me perguntarão como eu tinha deixado um Karmi fazer tal serviço, próprio só de devotos.

Posteriormente este Bhakta se rendeu sendo iniciado com o nome de Isvara Dasa e mais tarde veio a prestar relevantes serviços a Iskcon, numa demonstração clara de que não se sabe quem está escondido por traz das circunstancias e que muitas vezes devemos deixar falar o coração não importando as regras e regulações. As vezes o coração sincero protege e dá oportunidade de se praticar vida espiritual desvinculado dos liames meramente materiais

Isvara Maharaja, após muitos anos de serviços a Srila Prabhupada e seus sucessores, no final, se afastou da instituição sob circunstancias ainda não muito bem esclarecidas, mas que certamente encontram justificativa no seu coração sincero.

Esclareço que, após aquele ocorrido, que certamente ele não deve se lembrar,  muitas foram as vezes que me confrontei com ele, nunca chegando a ser amigo dele, sendo inclusive oprimido pela sua aparente arrogância derivada de um assim dito "posto superior" que chegou a ocupar, mas deixo aqui meu testemunho de que trata-se de pessoa séria e merecedora de todo o meu respeito, não só por ter tido coragem de romper com a instituição, abandonando o desejo de falso prestigio, mas porque acima de tudo foi e continua sendo honesto com seus próprios sentimentos, sabendo que é melhor ser sincero e seguir o caminho da vida espiritual de forma simples de acordo com as oportunidades que se apresentam do que buscar a instituição como cabide de emprego, onde a melhor chance vem justamente das pessoas que se consegue enganar.

  06/01/06

REVISÃO ESTÉTICA 20/01/06

continuação......

 

 

 

1975

 

TEMPLO RUA BOLIVIA

28 DE FEVEREIRO DE 1975 - CRIADA A SOCIEDADE INTERNACIONAL PARA CONSCIÊNCIA DE KRSNA DO BRASIL - ISKCON DO BRASIL -  REGISTRADO EM 11 DE MARÇO DE 1975 DIANTE DO 1º OFICIO DE REGISTRO DE TÍTULOS E DOCUMENTOS SOB O Nº 33723 DO LIVRO "A" Nº 24 DO REGISTRO CIVIL DE PESSOAS JURÍDICAS

 

 

 

1976

 

ABRIMOS O TEMPLO NO RIO DE JANEIRO NA ESTRADA VELHA DA TIJUCA - USINA

MAHARAJA VIRAHA PRAKAJ - YAGNI, BHAMAKA E VYASA

foto tirada em 1976 - Sankirtana na Liberdade/SP

1977

OS PREPARATIVOS PARA ACOMPANHAR A PARTIDA FÍSICA DO MESTRE ESPIRITUAL

Fecha o Templo na Argentina

 

1978

 

1979

 

1980

  

MANIFESTO GAUDYA VAISNAVA

UMA JUSTA HOMENAGEM A MEMÓRIA DE PRABHU GOLKULOTSAVA DASA

 

 

O PRIMEIRO TEMPLO DA ISKCON NO BRASIL  -  FOI EM SÃO PAULO  NA RUA AFRÂNIO PEIXOTO - BUTANTÃ

ATUALMENTE

ABV - Associação Bhaktivedanta Vaishnava - SP
Fundador Acarya: A.C. Bhaktivedanta Swami Srila Prabhupada

 

 

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